O deputado federal Ságuas Moraes (PT) defendeu a renúncia imediata do presidente da República, Michel Temer (PMDB), após a revelação de uma gravação telefônica entre ele e os donos da JBS. O parlamentar mato-grossense também convocou eleições diretas para a presidência, além da cassação e prisão do senador Aécio Neves (PSDB).
Em artigo, o petista lembrou que Temer chegou ao poder após apoiar o impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT). A estratégia de derrubar a então presidente teve o apoio de Aécio Neves, que foi derrota na última eleição presidencial justamente por Dilma.
“Michel Temer não conseguiu barrar a Lava Jato, mas o núcleo duro do governo ilegítimo chefiado pelos peemedebistas: Eliseu Padilha e Moreira Franco garantiram para a base aliada na Câmara que parlamentares que pudessem ser alcançados pela operação seriam protegidos. Essa garantia começou a ruir com a prisão do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em 19 de outubro do ano passado. Ainda assim Temer e sua turma tentaram se salvar comprando o silêncio de Cunha. Essa manobra espúria não deu certo. A delação da JBS tornada pública nessa quarta-feira, onde Temer foi gravado autorizando a compra do ex-parlamentar carioca, que está preso em Curitiba, sepulta de vez essa trama golpista”.
Ele ainda vai adiante contra o senador tucano. “Por sua vez, a JBS não enterrou apenas Temer, mas também o grande responsável pela desestabilização da democracia no Brasil, senador Aécio Neves (PSDB-MG). Caiu por terra a pose de paladino da ética do tucano, que não aceitou a derrota eleitoral de 2014, articulou o golpe e tornou-se o principal aliado do governo ilegítimo. Não adianta Aécio Neves, que é presidente nacional do PSDB, principal partido de sustentação do governo Temer, negar seu envolvimento neste caso. Conforme a imprensa, na delação há provas de imagem, áudio e vídeo gravadas pela Polícia Federal contra Aécio. Ou seja, são provas contundentes que envolvem o tucano que já era o campeão de inquéritos na Lava Jato”.