“Foi um ato irresponsável, intempestivo e irregular por parte do presidente da Câmara Federal”. Esta foi a sucinta análise feita pelo deputado federal mato-grossense e vice-líder do PSDB, Nilson Leitão, em entrevista ao Só Notícias, agora há pouco, em relação à decisão do presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA). Este decidiu anular a sessão do dia 17 de abril que votou o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
Leitão acredita que esta decisão do presidente em exercício não deverá prosperar. Ele também afirmou que o seu partido não irá ingressar no Supremo Tribunal Federal (STF) contra esta medida. Outros partidos já disseram que irão recorrer, como é o caso do Solidariedade.
Para o parlamentar mato-grossense, o presidente interino não tem poder de anular uma decisão que foi tomada por mais de dois terços em votação no plenário da câmara. “É como se o presidente da câmara não gostasse de um projeto que foi aprovado por mais de 300 deputados e resolvesse fazer a anulação. Isso é ilegal”.
O deputado federal da base do governo, Ságuas Moraes (PT), também foi ouvido por Só Notícias. O parlamentar disse que o presidente interino apenas respondeu e aceitou a apresentação das irregularidades apresentadas pelo advogado-geral da União (AGU), Eduardo Cardoso, durante o processo de abertura de impeachment da presidente.
Precavido, o petista disse que prefere aguardar a decisão do Senado sobre o tema. A matéria estava prevista para ser votada, esta semana, no plenário do Senado Federal, após a comissão deliberar pelo afastamento de Dilma.