O deputado José Medeiros (Podemos), que se recupera de uma cirurgia no olho, mas não tirou férias da vice-liderança do governo Jair Bolsonaro (PSL) na Câmara nem nas redes sociais, onde comemorou a “aliança estratégica” oficializada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para expandir as parcerias militares entre os dois países, com as mesmas vantagens de quem é membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Medeiros aproveitou o acordo para exaltar a participação do ministro da Economia, Paulo Guedes e para criticar parcerias dos governos anteriores. “Chega de parcerias mascaradas, onde nosso dinheiro era posto a serviço de um projeto ideológico. O Brasil abandona negociações caloteiras de boteco rumo ao respeito internacional”, disse. “Após reunião com secretário americano, Guedes crava algo além de acordo comercial: Aliança estratégica”, completou.
O parlamentar se refere à designação que Trump assinou ontem reconhecendo o Brasil como aliado preferencial extra-Otan, cumprindo promessa feita a Bolsonaro no encontro pessoal dos dois em março, nos Estados Unidos.
Na prática, a designação torna o Brasil aliado estratégico militar dos Estados Unidos, posto que até então só era ocupado pela Argentina na América Latina. O acordo permite acesso à cooperação militar e transferência de tecnologia com os norte-americanos. O Brasil passa a ter direito a receber, de graça ou a preço de custo, artigos de defesa que não são mais utilizados ou que existem e excesso nos Estados Unidos.