Mesmo sem integrar a Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid, que é tocada pelo Senado e não pela Câmara, o deputado federal José Medeiros (Podemos) não fica fora do assunto e utiliza as suas redes sociais para amplificar o discurso da base aliada do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que é o principal alvo das investigações. Vice-líder do governo e um defensor intransigente de Bolsonaro, o parlamentar classificou a CPI como sendo um “teatro de canalhas”, insistiu em defender o tratamento precoce que não tem comprovação científica e ainda chamou o senador Otto Alencar (PSD-BA) de “ogro”.
A crítica mais recente de Medeiros foi à CPI da Covid. Seguindo a estratégia governista, Medeiros preferiu tentar focar a atenção nas denúncias de corrupção investigadas nos estados e aproveitou a fala do senador Eduardo Girão (Podemos-CE) para ofender os integrantes da Comissão.
“O Brasil lhe (sic) agradece, senador Eduardo Girão, por estar insistindo na tecla da corrupção, (verdadeira causadora das mortes na pandemia) dentro dessa CPI que, até o momento, não passa de um teatro de canalhas”, postou.
Antes já havia compartilhado comentários da médica Nise Yamaguchi, suspeita de integrar um ministério paralelo, para defender o tratamento precoce contra a Covid-19, a base de cloroquina, que não tem eficácia comprovada cientificamente. “Tratamento precoce salva vidas e quem diz isso é gente como ela, que vive essa realidade diariamente. Qual opção apresentada pelos ‘críticos’? Dipirona e vai pra casa esperar a falta de ar”, justificou.
Minutos antes, havia saído em defesa de Nise Yamaguchi na discussão que teve com o senador Otto Alencar, que também é médico, e chamou o parlamentar de ogro. “Não defendeu ciência alguma, só foi um ogro!!! Nada mais”, afirmou.