O deputado estadual José Riva (PSD) afirmou que grande parte da logística desenvolvida no país é com base em interesses privados. Ao criticar a prática, o parlamentar justifica a necessidade dos investimentos serem promovidos para garantir efetivamente a melhoria no escoamento da produção brasileira. Riva demonstrou preocupação com o estudo promovido por uma consultoria contratada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que divulgou levantamento, na semana passada, sobre os 22 projetos prioritários para Mato Grosso, onde não foram incluídos a BR-158 e a ferrovia que interliga os estados de Mato Grosso e Pará. No levantamento, foi apontado que a região Centro-Oeste precisa de investimentos de R$ 34,6 bilhões nos próximos sete anos para melhorar o escoamento da produção.
“Vejo com preocupação os estudos feitos pela consultoria, pois não contemplam Mato Grosso efetivamente. Existe o apontamento de que deve-se investir R$ 34,6 bilhões, pensando no incremento da produção em 10 milhões de toneladas, e observo a BR-158 e a ferrovia MT/PA de fora, é lamentável, pois apenas esses dois investimentos podem aumentar a produção do Estado em 30 milhões de toneladas. Então, alguma coisa está errada. Fico preocupado quando vejo que grande parte da logística desenvolvida nesse país é em cima de interesses privados, de grandes empresas”.
O deputado pretende solicitar através de requerimento, o estudo completo da empresa para a avaliação da Comissão de Infraestrutura e Transporte da Assembleia Legislativa. “O montante apontado no estudo resolve o problema de logística de Mato Grosso, mas quem tem que saber o que é melhor, é o próprio Estado. Vou propor reunião com os demais colegas, governo do Estado, Pro-logística, Famato, Fiemt para debater esse assunto, pois no mínimo a BR-158 e a ferrovia MT-PA devem estar entre as prioridades”, opinou.
Denominado Centro-Oeste Competitivo, o estudo foi concluído em abril e apontou 308 projetos importantes, mas 106 são prioritários para a região. Destes, 22 em Mato Grosso, divididos em dez eixos de integração fundamentais, compostos por dois ou mais modelos de transporte.
O projeto de ferrovia MT/PA foi elaborado no gabinete do deputado Riva, inicialmente com traçado partindo de Água Boa até Barcarena, no Pará. Também é analisada a possibilidade da ferrovia em uma primeira etapa seguir do município mato-grossense até Marabá, no leste do Pará. A ligação com o os portos do norte e nordeste seriam viabilizadas com a construção de dois ramais, um até o porto de Vila do Conde (Barcarena), obra já prevista no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal através do ramal de Açailândia até Vila do Conde, e outro até o porto de Espadarte que está em projeto de implantação (em Curuçá/PA), de imediato esse projeto da Ferrovia MT/PA já poderia usar a ferrovia da VALE, levando a produção até o porto de Itaqui ,em São Liz do Maranhão. Lideranças políticas e empresariais de Sorriso solicitaram a inclusão do município no trajeto da ferrovia por meio de um ramal.
Ao todo, mais de 30 municípios de Mato Grosso e Pará serão beneficiados direta ou indiretamente com o traçado ferroviário, melhorando a qualidade de vida de mais de três milhões de pessoas.