A deputada federal Rosa Neide (PT), que trabalha para o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse, ao Só Notícias, que a pressa para o impedimento não se deve a argumentos políticos, mas sanitários, principalmente depois das mortes registradas no Amazonas pela falta de oxigênio para tratar pacientes com Covid e pela inércia do Governo Federal em comprar ou produzir vacinas para combater a pandemia.
A deputada enfatizou que, pessoalmente, não lhe agrada a ideia do impeachment e que “nem o PT gostaria de ter um impeachment todo dia”. Estrategicamente, ela entende que seria melhor deixar Bolsonaro terminar o mandato se desgastando politicamente, mas a urgência, segundo Rosa Neide, é maior.
“Até seria interessante deixá-lo no mandato, mas é que o prejuízo para a população é muito grande. Já são mais de 215 mil mortes no Brasil e a situação está muito grave. Até a Bolívia tem vacina e nós não temos. Sabemos que é ruim para o Brasil fazermos impeachment, mas com a Dilma, que não cometeu crime algum, foi feito. Porque não fazermos agora?”, questionou.
Rosa Neide acredita que o movimento pela saída está crescendo entre parlamentares. Segundo ela, só não está maior por causa da pandemia, que impede as pessoas de se manifestarem nas ruas e impede os partidos e movimentos sociais de organizarem os protestos porque são os mesmos que defendem o isolamento social como medida para combate o vírus.
A deputada é coautora de alguns dos 61 pedidos de impeachment apresentados à Câmara e expôs que o grupo de parlamentares busca alternativas para que a Câmara dos Deputados coloque os pedidos em tramitação. O primeiro passo é embasar bem as denúncias. O segundo passo, na opinião da deputada, seria a eleição de Baleia Rossi (MDB-SP) para presidir a Câmara dos Deputados porque “há um compromisso maior dele em colocar os pedidos em votação”.
O adversário do emedebista é o deputado bolsonarista Arthur Lira (PP-AL), que não demonstra interesse no impeachment do presidente.