Diante da desistência do senador Jayme Campos (DEM) em disputar a reeleição, seu partido deixa de uma vez por todas os debates que envolvam a coligação majoritária “Coragem e Atitude para Mudar”, encabeçada pelo candidato ao governo do Estado, senador Pedro Taques (PDT). Além de abrir mão da indicação de um nome em substituição ao de Jayme, o presidente do diretório estadual do DEM, deputado federal Júlio Campos, sequer pretende participar das discussões para a escolha de outro nome. “Fica a critério deles”, disse.
De acordo com ele, o partido continua integrando à coligação e deve manter apoio ao projeto de eleição de Taques, mas sua participação se deu por encerrada após o comunicado da desistência de Jayme Campos, ontem à noite.
Irmão do senador e presidente do partido, Júlio foi informado oficialmente da decisão por telefone e afirmou compreender os motivos que levaram Jayme a abandonar a disputa, mesmo figurando em primeiro colocado nas pesquisas de intenção de voto.
“Se continuar candidato vou ter um infarto e morrer de desgosto”, assim Júlio repetiu as palavras de seu irmão ao anunciar a decisão. De acordo com o deputado, era insustentável levar adiante uma campanha ao lado de lideranças que não queriam o DEM por perto e conviver com a “trairagem”.
Ele não esconde a insatisfação, não só de seu irmão, mas de todo o partido, com a postura de algumas lideranças que compõem a coligação, mas faz questão de deixar claro que, em nenhum momento, houve qualquer desentendimento com o pedetista.
Apesar evitar citar nomes, é clara a rusga entre DEM e o PSB, presidido em nível estadual pelo prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes. Após as investidas do chefe do Executivo Municipal para emplacar o PR na coligação, em detrimento da candidatura de Jayme à reeleição, o socialista ainda teceu duras críticas a Júlio.
Em nome da unidade, o democrata preferiu dar o assunto por encerrado, mas um novo episódio, envolvendo as atas das convenções partidárias do PSB e PP, que acabaram por mudar a formatação das chapas para a disputa a deputado estadual, reacendeu os ânimos internamente na coligação.
Contudo, foi o início do processo eleitoral e a elaboração do material de campanha, bem como sua estratégia de divulgação que representaram a gota d`água para o democrata.