Representando o presidente do DEM, senador José Agripino (RN), o líder do partido na Câmara, Mendonça Filho (PE), defendeu hoje (16) a implantação do sistema distrital misto na reforma política. Na opinião dele, parte das cadeiras da Câmara seria preenchida pelo sistema distrital, onde os eleitores votariam nos deputados do distrito, e a outra parte seria ocupada por parlamentares eleitos em lista fechada. A posição foi defendida pelo deputado na audiência pública da comissão especial que discute a reforma política.
Na questão do financiamento das campanhas eleitorais, o líder do DEM defendeu a adoção de um sistema de financiamento misto, onde parte seria bancada pelo dinheiro público e parte pelo dinheiro da iniciativa privada. Na opinião dele, o financiamento público exclusivo poderia estimular a formação de caixa-dois. De acordo com o líder, seu partido não tem ainda uma posição fechada sobre a reforma política, embora sua opinião represente a maioria da legenda.
Em sua fala na comissão da reforma política, o líder do Democratas defendeu a chamada cláusula de desempenho para os partidos, com um percentual mínimo de votos no país e nos estados como exigência para o funcionamento das legendas no Parlamento. Mendonça Filho também se posicionou contrário à unificação das eleições, com o argumento de que as discussões dos temas locais deve ser feita separadamente pela comunidade dos temas nacionais. “É bom que essa discussão fique separada”. O líder também defendeu a redução do prazo das campanhas eleitorais.
O deputado Mendonça Filho contou aos integrantes da comissão que analisam a reforma política que no seu primeiro mandato de deputado federal, há 20 anos, participou de uma comissão parecida com essa destinada a discutir e fazer uma reforma política que continua até hoje sem ser feita. Por isso, fez uma avaliação pessimista sobre a votação da reforma. “A possibilidade [do tema naufragar] é muito grande”, disse.