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Delúbio assume caixa 2 no PT e diz que fez tudo sozinho

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O ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, confirmou, em entrevista ao Jornal Nacional deste sábado, que fez vários empréstimos de boca com o publicitário Marcos Valério no valor de quase R$ 40 milhões. Delúbio colocou a culpa no sistema eleitoral que, segundo ele, obrigaria os partidos a manterem uma contabilidade irregular e insistiu que fez tudo sozinho. O ex-tesoureiro também negou a existência do “mensalão”.

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Segundo Delúbio – que assumiu toda a responsabilidade pelo empréstimos -, nem o presidente Lula, nem o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, nem o ex-presidente do partido José Genoino sabiam dessas transações. Ele argumentou que o PT não trata de assuntos financeiros com o governo. “Partido é partido, governo é governo”, afirmou Delúbio.

“As campanhas eleitorais têm dinheiro que não é contabilizado. A direção anterior do PT sabia disso. A nova direção, sob o orientação de Tarso Genro, foi informada agora. O companheiro Genoino e a direção anterior sabiam que tinha de ser feita uma campanha eleitoral e designaram a mim esta questão”, disse Delúbio na entrevista.

Segundo o ex-tesoureiro do PT, o primeiro empréstimo foi feito em 2002 para cobrir dívidas dos diretórios regionais depois das eleições. Delúbio ressaltou que a campanha do presidente Lula à presidência não fez parte do esquema. O dinheiro do segundo empréstimo seria usado na preparação do PT para as eleições de 2004.

Delúbio também voltou a negar a existência do esquema do “mensalão”, denunciado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). “Não tem compra de voto. Não tem compra de deputado para votar a favor do governo. O PT não compra votos. Tem hora que o governo ganha, tem hora que o governo perde”, afirmou.

Delúbio tentou explicar como o publicitário Marcos Valério aceitou fazer os empréstimos sem nenhuma garantia real. “Ele queria ser o publicitário do PT, ele tentou pegar as campanhas eleitorais. Era um desejo de ampliar suas agências de publicidade para o marketing eleitoral”, afirmou. Segundo o ex-tesoureiro, o fato de ele concordar em falar sobre o assunto um dia depois da entrevista de Marcos Valério foi apenas uma coincidência

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