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Delegado diz que ex-prefeito de Várzea Grande recebeu R$ 2 milhões de esquema no governo

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A juíza Selma Rosane Santos Arruda, titular da 7ª Vara Criminal de Cuiabá está ouvindo, neste momento, depoimento do delegado de Polícia Civil Lindomar Aparecido Tófoli, na audiência de instrução e julgamento da 2ª ação penal derivada da Operação Sodoma, que tem o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) e mais 16 pessoas como réus. Lindomar e mais dois delegados da Delegacia Fazendária (Defaz) investigaram o esquema de cobrança de propina e pratica e extorsão contra empresários que eram “obrigados” a pagar propina à organização criminosa que, segundo o Ministério Público Estadual, era chefiada por Silval. O delegado, arrolado pela defesa de Rodrigo Barbosa (filho de Silval) e confirmou que o ex-prefeito de Várzea Grande, Walace Guimarães (PMDB), foi indiciado no inquérito policial. Ele apontou que cerca de R$ 2 milhões foram repassados pelo Estado para as empresas que tinham ligações com Walace Guimarães (Gráficas de Liz e Integraf).

Ele explicou que nas investigações surgiram os nomes de duas gráficas. Sobre o ex-prefeito de Várzea Grande, o delegado disse não se lembrar se participou da oitiva do ex-secretário estadual de Administração, César Zílio, quando o nome de Walace foi citado. Ele esclareceu que no inquérito o ex-secretário estadual Pedro Elias, em delação premiada, citou que Walace teria um vínculo comercial com a Gráfica e Editora de Liz do empresário e réu na ação Antônio Roni de Liz e E.G. P (Gráfica Intergraf), de Evandro Gustavo Pontes, também réu no processo.

Tófoli ressaltou que, nos crimes de corrupção, os envolvidos não costumam deixar rastros fáceis de serem encontrados por isso a palavra do colaborar é importante. "A gente trabalha com indícios de autoria e nesse contexto depois de termos encontrados os cheques fomos buscar outros meios e constatamos que havia ligação pois o Evandro foi presidente do DAE em Várzea Grande", disse o delegado. Ele afirmou que a Polícia Civil entende que Walace participou do esquema de corrupção, pois está documentado através de cheques.

Os cheques em nomes das empresas também foram utilizados no pagamento do terreno de R$ 13 milhões adquirido pelo ex-secretário César Zílio usando dinheiro de propinas. A defesa de Walace questionou o delegado se os cerca de R$ 2 milhões citados pelo delegado atribuídos ao ex-prefeito de Várzea Grande de fato foram usados na campanha do peemedebista. O delegado explica lembra que Walace teve o mandato cassado pelo crime de caixa 2 e destacou que o fato de o dinheiro ter sido repassado após a campanha não é garantia de que não tenha sido usado para quitar dívidas de campanha. Informou que César Zílio revelou em sua delação premiada ter sido procurado por Walace falando que precisava de R$ 1 milhão para ser usado em sua campanha de 2012.

Zílio, enquanto secretário titular da SAD e com o aval de Silval Barbosa, liberou cerca de R$ 5 milhões para as gráficas que mantinham contratos com o Estado. Desse valor, foram retirados os R$ 2 milhões para Walace que havia prometido R$ 1 milhão para Zílio. Assim, a outra parte teria ficado para Walace e Silval.

O delegado Lindomar Tófoli esclareceu ao advogado Bruno Ferreira Alegria os motivos pelos quais a Defaz pediu a prisão preventiva do médico e empresário Rodrigo da Cunha Barbosa, filho do ex-governador. Ele confirma que foi por causa do sumiço de documentos importantes para auxiliar nas investigações revelados por Pedro Elias em sua delação premiada e também porque Rodrigo foi apontado como o autor do furto já que teria invadido o apartamento de Pedro Elias dias antes. 

Ulisses Rabaneda, um dos advogados de Silval, questionou o delegado sobre as gravações entre João Batista Rosa, Pedro Nadaf e Marcel de Cursi. Tófoli disse que foi sim produzida alguma coisa, mas não lembra exatamente o teor. A defesa quis saber se houve intervenção da polícia para conseguir gravar as conversas. O delegado não soube confirmar se houve auxílio da polícia ou do Ministério Público. “Nesse detalhe específico eu não posso ajudar o senhor”. O empresário João Batista Rosa afirmou que as gravações foram feitas com auxílio e orientação da Defaz.

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