A delegada Alexandra Fachone declarou em depoimento a juíza da 7ª Vara Criminal, Selma Arruda, que nos autos existem provas e detalhes do envolvimento do ex-secretário no esquema e que ele também se beneficiou de propina e lavou dinheiro ilegal.
Ela disse que cabia a Cursi, enquanto secretário de Fazenda, decidir o que seria pago. "Ele foi chamado por Pedro Nadaf pra atender uma ordem do chefe e também receberia propina no esquema. Ele viabilizou o pagamento dos R$ 31 milhões através da Sefaz e ele que fez a proposta de pagar o valor em 7 vezes", diz a delegada em referência ao terreno do bairro Jardim Liberdade.
Conforme a delegada que integra a força tarefa que conduz as investigações da operação Sodoma, Cursi e ficou com a propina que cabia a Pedro Nadaf. Então ele pegou os R$ 700 mil que seria dele, junto com propina de outro esquema e outros R$ 50 mil em cheques da empresa fantasma em nome de Marnie de Souza Cursi, esposa de Marcel de Cursi totalizando R$ 1 milhão e entregou a Nadaf para comprar ouro de João Justino, ex-presidente da Companhia Mato-grossense de Mineração (Metamat) para que providenciasse compra de ouro. Com isso, sustenta a delegada, Marcel de Cursi praticou crime de lavagem de dinheiro.
Os detalhes sobre a acusação contra Cursi envolvendo a compra de ouro com dinheiro de propina já tinham sido divulgados pelo Gazeta Digital em dezembro de 2016. Fachone revelou ainda que cheques da empresa de fachada da esposa de Cursi foram encontrados depositados em favor de uma irmã de Pedro Nadaf. Isso porque era Nadaf que guardava o dinheiro de Cursi e usou parte dele pra pagar contas pessoais. Ela ressalta que esses detalhes estão na investigação, no relatório policial.
Sobre o réu Levi Machado de Oliveira, a delegada respondeu questionamentos da defesa e atestou que ele também concorreu para o crime de lavagem de dinheiro. "Ele pegou dinheiro de propina, tirou a parte dele e repassou aos demais membros da organização", enfatizou Fachone. Antes, Levi era quem recebia os pagamentos de propina, segundo a delegada. Ela garante que todos os detalhes sobre isso constam nos autos e foram relatados por um dos colaboradores da Sodoma. A defesa contesta e diz que a delegada está fazendo apenas suposições sem provas contra seu cliente. Ela rebate e atesta que tudo consta nos autos.
Na audiência também foi ouvida as servidoras públicas, Carla Cristina Araújo Vasques Moreno e Vinia Stocco, que trabalharam na Secretaria de Planejamento junto com o então secretário Arnaldo Alves.