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Delator de esquema no governo Silval confirma ter recebido propina

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A juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Santos Arruda, interrogou, esta tarde, dois dos cinco delatores da operação Sodoma – Frederico Muller Coutinho e Filinto Muller – sobre a suposta cobrança de propina para liberação de incentivos fiscais para empresas no Estado. Filinto Muller foi o primeiro a ser inquirido e confirmou ter recebido propina.

O procurador do Estado, Chico Lima, segundo o delator, o procurou para que juntos fizessem uma operação de fomento mercantil com cheques da Tractor Parts, do relator João Antônio Rosa. Ele disse que ele procurou também o Frederico Muller (foto), pagou 3% sobre o valor total dos seis cheques. Na época eles não dispunham de caixa para descontar todos os cheques. “A gente propôs para ele que conforme os cheques fossem liquidando a gente ia transferindo o dinheiro para ele em forma de saque, transferências, pagamento de cartões eu uma série de coisas", diz Filinto.

Ele explica como funciona uma transação mercantil, que no caso não foi o que houve. “O que houve foi uma lavagem de dinheiro”, afirmou o delator. Ele (Chico Lima) entregou cheques da Tractor Parts e disse que era de venda de gado. Eram seis cheques em valores aproximados de R$ 33 mil cada um”.

O delator revela que Chico Lima pagou para ele e seu então sócio, Frederico Muller, a quantia de 3% sobre o valor total dos seis cheques. Não era uma operação usual realizada pela empresa, ainda assim, ele disse que decidiu registrar as movimentações. Não lembra se ficou com cópia de algum documento que confirme a movimentação, pois rescindiu a sociedade com o Frederico em 2013 e afirma que o ex-sócio ficou com as informações num sistema interno.

“Eu sabia que estava cometendo um crime”, disse o delator, quando questionado sobre o porquê ele passou a destruir as anotações que antes fazia sobre as movimentações financeiras com cheques repassados por Chico Lima. Ele garante que passou a fazer isso após descobrir que o dinheiro que trocava para Chico era de propina, oriundo de atividades criminosas. Frederico justifica que passou a destruir pra evitar no futuro passar por situações constrangedoras, segundo ele, como está acontecendo agora. Fillinto diz que rasgou os comprovantes de transações com dinheiro de propina.

Frederico Muller Coutinho disse que ele entregou cinco cheques de R$ 83 mil e que as liquidações (compensação dos cheques) começou no Sicredi, mas depois foi para o Bic Banco. Frederico disse que Chico Lima não queria pagar os R$ 90 mil e isso gerou um estresse entre eles. Ele descreveu como se deu as operações e como os cheques foram descontados até o final. Ele disse que chegou a visitar o Chico Lima, pois tinha interesse em disputar licitação e prestar serviços ao governo, mas ficou convicto de que os cheques que Chico Lima repassava para descontar eram de atividades ilegais. Ele afirmou não ter os números dos cheques emitidos e descontados porque Chico Lima não queria passar recibos. Foi isso que levantou desconfianças sobre a ilicitude do dinheiro.

A oitiva de outro delator, o empresário João Batista Rosa, foi redesignada pois estava viajando

(Atualizada às 19:13h)

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