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Defesas querem que acusado de delatar suposto esquema na gestão Silval vire réu

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Um dos protagonistas no esquema de cobrança e pagamento de propina na gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), o empresário Willians Paulo Mischur, que foi preso em março deste ano na Operação Sodoma, virou delator, ganhou liberdade e hoje pontua como “vítima do esquema”. Continua ostentando uma vida luxuosa e deixou isso claro na audiência em que participou hoje, na 7ª Vara Criminal, porém os denunciados na 2ª ação penal querem o empresário ao lado deles, na condição de réu no processo.

O pedido para que Mischur seja denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPE), pelo crime de lavagem de dinheiro partiu dos advogados do réu Sílvio Cézar Corrêa Araújo, ex-chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa. No total, são 17 réus no processo. Tirando a defesa do empresário e bacharel em Direito, Tiago Vieira de Souza Dorileo, todos os demais aderiram ao pedido.

Eles concordam com a tese de que Mischur, ao depor na audiência presidida pela juíza Selma Rosane Santos Arruda, confirmou que sabia qual a finalidade da compra do terreno de R$ 13 milhões, adquirido pelo ex-secretário César Roberto Zílio usando dinheiro de propina. O empresário assinou o contrato como um dos dos compradores do terreno a pedido de Zílio.

Os advogados dos réus interpretam que o próprio Mischur deixou claro que tinha conhecimento que estava “lavando dinheiro” do crime ao aceitar figurar como “comprador” do terreno somente para justificar o uso de cheques de sua empresa a Consignum no pagamento do imóvel.

Os cheques da Consignum na verdade eram pagamentos de propina exigida por Zílio para que o contrato que a empresa mantinha com o Estado para gerenciar a margem de empréstimos consignados dos servidores não fosse encerrado. O Ministério Público afirma que Mischur pagou R$ 17,6 milhões ao grupo criminoso chefiado por Silval Barbosa.

Diante do pedido coletivo para que o Ministério Público avalie a possibilidade de denunciar Willian Mischur por lavagem de dinheiro, a promotora Ana Cristina Bardusco pediu vista para analisar o pedido e depois se manifestar.

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