A defesa do ex-deputado estadual José Riva negou, esta manhã, que ele tenha acusado o ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), de autorizar R$ 260 milhões em precatórios para a construtora Andrade Gutierrez a fim de abastecer um sistema financeiro que tinha por objetivo comprar apoio de parlamentares.
Ainda segundo a defesa do ex-parlamentar, Riva não fechou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR). "José Riva nunca prestou depoimento com as informações mencionadas na reportagem", diz a curta nota divulgada pela assessoria de imprensa.
A matéria foi publicada pelo jornal Estadão. Segundo a reportagem, o dinheiro abasteceu uma conta corrente usada para pagar deputados estaduais e integrantes da base em troca de apoio ao governo.
O pagamento dos precatórios seria apenas parte de uma manobra financeira para comprar a adesão dos deputados à base. Esse sistema financeiro paralelo seria operado pelo empresário Valdir Piran. Conforme a matéria, Riva relatou um encontro do qual participaram Maggi, o então secretário da Fazenda de Mato Grosso Éder Moraes e o ex-governador Silval Barbosa, sucessor do ministro da Agricultura no Executivo mato-grossense. Teria sido nessa reunião o acerto do esquema do precatório.
Por meio de nota enviada por sua assessoria de imprensa, o ministro Blairo Maggi afirmou que “todos os pagamentos de precatórios sempre seguiram o rito legal”.
Os cálculos, segundo a nota, eram feitos pela Procuradoria-Geral do Estado e conferidos pela Auditoria-Geral do Estado (AGE). Segundo Blairo, “jamais houve favorecimento a empresas ou pessoas físicas” nas liberações de precatório.