O ex-assessor especial da Secretaria de Estado de Educação, Fábio Frigeri, compareceu à sede do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ontem, para prestar novos depoimentos em investigações abertas em decorrência da Operação Rêmora.
Frigeri evitou falar com a imprensa após permanecer mais de duas horas prestando depoimento aos promotores. A defesa conduzida pela advogada Michele Marie revelou que a necessidade do depoimento se deu em razão das declarações do empresário Ricardo Sguarezi de que pagou propinas que somam R$ 236 mil a Frigeri para suas empresas, Aroeira e Relumat, a receber pelos serviços prestados à Secretaria de Educação.
No entanto, assegura que seu cliente não recebeu nenhum tipo de propina, o que poderia configurar em corrupção passiva. O principal argumento é que não há provas que possam incriminá-lo. “O Ricardo Sguarezi apresentou cheques que seriam propina, mas são da empresa dele e nominados a ele mesmo, o que faz cair por terra que qualquer acusação neste sentido. Mais do que acusar, o Ministério Público tem como função buscar a verdade dos fatos. Por isso, solicitamos que o Banco do Brasil seja acionado para prestar as informações”.
A defesa ainda afirma que não vê fundamento na denúncia atribuída a Fábio Frigeri de que seria o responsável em recolher propina dos empresários. “Esperamos que acabem essas denuncias infundadas feitas simplesmente para barganhar por Justiça. Em momento algum houve recebimento de propina”.
Questionada a respeito da possibilidade de Frigeri firmar termo de colaboração premiada com o Ministério Público Estadual (MPE) para reduzir a pena numa eventual condenação, a defesa nega que alguma negociação tenha sido feita. “Isso é desnecessário. Tudo o que poderia ser esclarecido já foi”.