O advogado Ulisses Rabaneda voltou a afirmar que a prisão da ex-secretária de Estado de Assistência Social e ex-primeira-dama de Mato Grosso, Roseli Barbosa, foi “abusiva e desnecessária, uma vez que o processo estava em regular tramitação, sem qualquer indicativo de que estivesse praticando qualquer conduta apta a atrapalhar seu regular desenvolvimento”.
Em nota à imprensa, o defensor da ex-primeira-dama apontou que “é juridicamente vedado tomar como verdade absoluta depoimentos obtidos através de delação premiada, pois o delator possui direto interesse em incriminar pessoas, já que, apenas assim, obterá os benefícios processuais prometidos. Importante esclarecer que em depoimento anterior, Paulo Cesar Lemes, ainda antes de assumir a posição de delator, afirmou que a ex-secretária Roseli Barbosa não obteve qualquer vantagem com os convênios firmados junto a Setas, razão pela qual a mudança de versão induz descrédito de seus depoimentos, não podendo estes, por si só, fundamentar medidas tão enérgicas contra pessoas presumidamente inocentes”.
Para o advogado, a prisão antes da sentença condenatória transitada em julgado tem nítido caráter instrumental, ou seja, objetiva proteger o processo e não antecipar eventual e incerta pena, desservindo, pois, ao fim adotado no presente caso. “A ex-secretária Roseli Barbosa confia na Justiça de Mato Grosso, respeita a decisão tomada, mas discorda de seus fundamentos, razão pela qual usou o mais legítimo e Constitucional direito de acesso às instâncias superiores para questionar o ato que lhe retirou a liberdade. Neste sentido, a defesa da ex-secretária protocolou um pedido de habeas corpus na sexta-feira”.
Na nota, a ex-secretária voltou a negar as acusações, reafirmando seu compromisso com o Poder Judiciário de comparecer e prestar todos os esclarecimentos necessários, a tempo e modo.
Conforme Só Notícias já informou, o pedido de habeas corpus de Roseli está sendo analisado pelo Tribunal de Justiça. Ela está detida em uma cela na sede do Corpo de Bombeiros da capital. A esposa do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) foi presa, na última quinta-feira (20), em São Paulo.
O mandado de prisão preventiva decretado pela juíza titular da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Santos Arruda, foi cumprido por agentes do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco). Ela é apontada como a mentora e líder de uma quadrilha que desviou R$ 8 milhões da Secretaria de Estado de Assistência Social (Setas), pasta que ela comandou por três anos e 11 meses, durante o governo do marido.