Oito mandados de condução coercitiva foram cumpridos, esta manhã, em continuidade aos trabalhos da operação Sodoma, deflagrada pela Delegacia Fazendária. Os investigados foram conduzidos à sede da delegacia para prestarem esclarecimentos nas investigações que apuram crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, condutas supostamente praticadas pelos ex-secretários de Estado Pedro Nadaf (Indústria e Comércio), Marcel de Cursi (Fazenda) e o ex-governador Silval Barbosa.
Os dois ex-secretários foram presos em cumprimento a mandados de prisão preventiva. O ex-governador também tem um mandado de prisão preventiva contra ele, porém, até o momento, não foi localizado e é considerado foragido da justiça.
Os conduzidos à delegacia são pessoas beneficiadas com cheques entregues pelo ex-secretário Pedro Nadaf, que teria recebido R$ 2,6 milhões do empresário colaborador das investigações, em propina para manutenção de benefícios via o Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso, o Prodeic, vinculado à antiga Secretaria de Estado de Indústria Comércio, Minas e Energia (Sicme).
Os oito conduzidos coercitivamente prestarão esclarecimentos nas investigações. De acordo com as investigações, as oito pessoas são do relacionamento pessoal de Pedro Nadaf. O ex-secretário teria distribuído cheques, que foram depositados nas contas correntes dessas pessoas do círculo ligado a ele. São valores variados, sendo que uma parte dos R$ 2,6 milhões teria ficado com Pedro Nadaf e outra repassada aos beneficiados.
Ontem, 11 mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas residências dos ex-secretários Nadaf, Cursi e do ex-governador, além da Federação de Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (Fecomércio), uma empresa de consultoria e ainda nas residências de três parentes dos suspeitos, que foram conduzidos coercitivamente até à delegacia para prestar declarações. Também foram cumpridos três conduções coercitivas e dois monitoramentos eletrônicos.
Nas buscas foram apreendidos um Land Rover, pertencente à ex-mulher de Pedro Nadaf, cerca de US$ 3 mil dólares, documentos físicos e eletrônicos que somam 11 malotes.
Consta da investigação que a antiga Secretaria de Estado da Indústria e Comércio, Minas e Energia (Sicme), atual Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso (Sedec), teria concedido incentivos fiscais, via Prodeic, de forma irregular, para algumas empresas. Durante as investigações alguns empresários assinaram termo de colaboração premiada, auxiliando nas investigações, comprovando o pagamento de propina a servidores públicos para a manutenção dos benefícios via Prodeic. Outras empresas também são investigadas.
As ações da operação estão sendo chefiadas pelos delegados da Delegacia Fazendária, com apoio do efetivo e logística das demais unidades especializadas das polícias Civil e Militar, além de toda a estrutura da Secretaria de Segurança Pública especializada da área de Inteligência e do Laboratório de Combate a Lavagem de Dinheiro.
O nome da operação é uma referência à cidade de Sodoma, que foi destruída em razão dos elevados níveis de corrupção praticada pelos seus moradores.