"O cargo está a disposição sempre do governador". A afirmação foi feita, hoje, pelo secretário de Administração, Geraldo de Vitto, ao chegar no Palácio Paiaguás para um encontro com o governador Silval Barbosa. "Vamos decidir o que é melhor" – afirmou, ao tratar da questão do desgaste. De Vitto é um dos pivôs do "escândalo das máquinas", o caso do superfaturamento na aquisição de equipamentos do programa "MT 100% Equipado".
Fontes palacianas informaram que o secretário de Administração se reuniu nas primeiras horas da manhã desta terça-feira com o governador Silval Barbosa. O horário foi estratégico. Terminada a conversa, De Vitto retornou para seu gabinete, na SAD, sem emitir qualquer declaração. Ele não participou dos atos externos do Governo. "Certamente virá uma declaração no decorrer do dia. Hoje quanto menos se falar, melhor. Mas tudo indica que o secretário vai pedir demissão" – disse um porta-voz palaciano.
A reunião entre Silval e De Vitto deveria ter acontecido no final da tarde de segunda-feira. Após o governador Blairo Maggi sugerir que o secretário entregasse o cargo, De Vitto deixou claro que a atitude dependeria de uma conversa com Silval, mas que deixou claro que o cargo sempre está a disposição. Silval, porém, havia dito anteriormente que não pediria que nenhum dos secretários supostamente envolvidos pedissem demissão, embora tivesse aceitado o pedido feito por Vilceu Marchetti, que ocupava a posta de Infraestrutura.
O secretário chegou a dizer que não se sentia culpado pelo desgaste do Governo por conta das denuncias de superfaturamento na aquisição de 705 máquinas do Programa 100% MT Equipado. O desvio apurado pela Auditoria Geral do Estado é na orde de R$ 26,5 milhões. Segundo ele, a SAD apenas trabalhou na homologação dos dois pregões.