O Índice Nacional da Construção Civil desacelerou para 0,66% em junho, depois de uma alta de 1,61% em maio, conforme divulgou hoje (07) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Porém, na comparação com a taxa de junho do ano passado, de 0,35%, o índice atual mostrou elevação. O mesmo ocorreu no acumulado de janeiro a junho deste ano, cuja alta de 4,33% está bem acima da registrada no mesmo período de 2009, de 3,67%.
Segundo o IBGE, o resultado de junho não surpreendeu porque as maiores pressões sobre o índice, causadas pelos reajustes dos salários dos trabalhadores na construção civil, ocorreram em maio. Naquele mês, o item mão de obra teve alta de 3,22% e, em junho, recuou para 0,83%. "As datas dos dissídios da categoria variam de estado para estado, mas o maior peso é em maio, quando são reajustados os salários da Região Sudeste, especialmente de São Paulo, que tem o maior peso na composição geral do índice", explicou o gerente da pesquisa do IBGE, Luiz Fernando de Oliveira Fonseca.
Já a parcela dos materiais de construção variou 0,53% em junho, ante a taxa de 0,41% de maio. Segundo Fonseca, embora a diferença de um mês para o outro tenha sido pequena, a taxa de junho foi a mais elevada desde março do ano passado (0,71%). Mas, para o técnico do IBGE, ainda é cedo para atrelar esta alta ao aquecimento do mercado em função do programa de construção de habitações populares promovido pelo governo federal. "É certo que a demanda por materiais está crescendo e isso deve pressionar os preços, mas ainda precisamos esperar um, dois ou três meses para avaliar o tamanho da influência do programa Minha Casa Minha Vida nos custos da construção", avaliou Fonseca. "Daqui pra frente, a procura ficará mais intensa por causa dos empreendimentos que serão erguidos em vários estados para a Copa do Mundo de 2014 e para as Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro".
O Índice Nacional da Construção Civil, que integra o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi), é calculado pelo IBGE em convênio com a Caixa Econômica Federal desde 1969. A partir de 2002, os dados do Sinapi foram adotados como referência dos custos de execução de obras públicas.