O governo resolveu contra-atacar a oposição que se aproveitou do momento político para colocar em dúvida a eficiência e a necessidade dos investimentos nos sistemas de monitoramento por radares das fronteiras de Mato Grosso com a Bolívia que vão consumir recursos da ordem de R$ 14 milhões. O secretário de Segurança Pública, Diógenes Curado, delegado federal de carreira especializado no combate ao tráfico de drogas, defendeu os investimentos como forma de se ter resultados positivos e não apenas paliativos no combate ao narcotráfico, que é responsável por 90% das motivações de crimes de outras naturezas.
Segundo Curado, o Conjunto Móvel Autônomo de Monitoramento (Comam) permitirá a blindagem da fronteira seca de Mato Grosso com a Bolívia e o sistema será usado também no combate a assaltos a bancos. O coordenador do Grupo Especial de Fronteira (Gefron), coronel Antônio Ibanez, aponta que a aquisição de sistemas de radar marca o primeiro grande investimento em Segurança Pública de proteção à divisa.
O Comam é composto por um sistema de monitoramento. A principal ferramenta é o módulo radar. O equipamento permite o rastreamento de alvos. "Ele rastreia até 300 alvos simultaneamente. A alta tecnologia do produto o torna mais caro, com custo unitário de R$ 493,813 mil". Após o acionamento, o módulo ótico-eletrônico, composto por câmeras de imagem e sensores térmicos, permite a identificação de objetos. O valor unitário é de R$ 476.562 mil.
Composto de um console de operação (46.905 mil), um sistema de potência (31.270 mil), que permite o funcionamento em qualquer frequência com gerador próprio e até oito horas sem rede elétrica, um sistema de navegação GPS (31.270 mil), o software (62.540 mil) e o sistema de comunicação, por telefone via satélite e rádio digital. O Comam será instalado em Land Rover customizados. Cada veículo foi adquirido por R$ 226,370 mil.