A cúpula do PR decidiu engrossar o coro dos que querem uma reforma administrativa do governo Silval Barbosa (PMDB). O partido já fala até em rever os espaços que ocupa no staff. A mesma tese levou o PSD a abrir mão dos cargos no Palácio Paiaguás em março, mas os republicanos evitam a falar em cobrança no momento.
O presidente estadual do PR, deputado federal Wellington Fagundes, alegou que a agremiação quer uma reforma administrativa no sentido de viabilizar mais investimentos que Mato Grosso precisa diante da crise internacional. "Nós estamos ao lado do governo e queremos continuar assim. Para viabilizar mais avanços, no entanto, entendemos que esse é o momento para uma mudança".
A reforma desejada pelos republicanos consiste até em rever os critérios para concessão das secretarias para os partidos. Mesmo evitando citar a palavra insatisfação, a cúpula republicana chegou a lembrar ontem em reunião de dirigentes que algumas pastas cedidas a outras agremiações passaram por um processo de verticalização, ou seja, além do cargo de secretário, todos os demais são indicados por quem comanda a área.
Além de não contar com pastas verticalizadas, como é o caso da Educação, comandada pelo PT, a sigla alega que algumas secretarias ocupadas por correligionários resultam mais de uma composição conjuntural do que partidária. Esse é o caso de Arnaldo Souza (Pavimentação e Transporte Urbano), Edmilson Santos (Fazenda) e Pedro Nadaf (Indústria, Comércio, Minas e Energia). Mesmo filiados ao PR, eles foram escolhidos mais por articulação própria do que uma indicação republicana.
Nas contas do PR estão como indicação partidária apenas João Malheiros (Cultura) e Cézar Zílio (Administração). "Temos 7 deputados estaduais, 1 senador e 1 deputado federal. Temos que ter o espaço que corresponda a essa representatividade", completou Wellington Fagundes. Ele foi escalado para falar com a imprensa após encontro de dirigentes no apartamento do deputado Mauro Savi, em Cuiabá.
O PR também referendou a situação de não ter Welington no comando da Secretaria para a Copa de 2014 (Secopa). Mesmo o governador Silval tendo refeito o convite ao parlamentar ontem, ele alega que a direção nacional da agremiação e o diretório estadual entendem que esse não é o melhor momento. Chegou a reafirmar a indicação do interino Maurício Guimarães até finalização dos principais processos licitatórios em andamento. Os republicanos decidiram também manter apoio para Marcos Prado presidir a Ager com a saída de Márcia Vandoni.
As decisões foram comunicadas no final da tarde de ontem a Silval, que prometeu avaliar o assunto. Toda a cúpula do PR participou do encontro no Palácio Paiaguás, onde os republicanos chegaram a declarar que não abrem mão de nenhuma das secretarias que já tem e pretende rediscutir futuramente a indicação para a Secopa.