O vereador por Cuiabá, Toninho de Souza (PSD), ingressou com pedido de Declaração de Existência de Justa Causa para Desfiliação Partidária no Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT), ontem. Na prática, ele deseja deixar o partido, onde declara sofrer discriminação, sem risco de perder o mandato.
Presidente da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara de Cuiabá, cujo relatório indicou a quebra de decoro por parte do vereador cassado João Emanuel Moreira Lima (PSD), Toninho diz que desde então, vem sofrendo retaliações do partido. Após a conclusão do relatório, o parlamentar foi denunciado ao diretório municipal do PSD. Como a legenda não tinha sua comissão de ética instalada, editou uma resolução na véspera da votação do processo que levou à cassação de João Emanuel, na qual Toninho correria o risco de ser expulso da sigla caso votasse favorável.
Ele manteve seu voto e, conforme o parlamentar, além da ameaça de expulsão passou a sofrer acusações de tentativa de extorsão realizadas pelo secretário-geral da sigla em Mato Grosso, deputado estadual José Geraldo Riva.
Já o vereador cassado, mesmo condenado por quebra de decoro parlamentar e respondendo a ações públicas nas esferas cível e criminal, não sofreu qualquer advertência ética por parte do PSD. “Dentro do partido, nada aconteceu, pelo contrário, foi protegido”, disse o vereador ressaltando que sua “convivência política hoje é incompatível com este partido”.
Caso o TRE julgue procedente o pedido de Toninho, ele terá prazo de 30 dias, após a decisão, para escolher uma nova legenda para se filiar. Com o pedido de saída do PSD, o vereador exclui de uma vez por todas a chance de disputar o cargo de deputado estadual nas eleições de outubro. Ele reconhece que seu nome tem aparecido nas pesquisas de intenção de voto, mas não era seu desejo nesse momento. “Nunca fui pré-candidato. Se tivesse interesse, não entraria com esse pedido e enfrentaria as desavenças no partido”, destacou.