Encerrado o pleito eleitoral que deu a vitória a Silval Barbosa (PMDB) ao governo do Estado e a consagração de caciques políticos como José Geraldo Riva (PP) e Sérgio Ricardo (PR) como campeões de votos na Assembléia Legislativa, as atenções se voltam agora para 2012, quando acontecerá a eleição para prefeitos e vereadores. Nomes que se destacaram neste último pleito surgem como favoritos à disputa para assumir a Prefeitura de Cuiabá, como de Chico Galindo (PTB) e atual prefeito, o deputado estadual Sérgio Ricardo, (PR), o empresário Mauro Mendes (PSB) que perdeu a eleição para o governo do Estado e a senadora Serys Marli (PT) a sexta mais votada do estado para a Câmara Federal, mas que perdeu a cadeira pelo quoeficiente eleitoral.
Apesar de não admitirem oficialmente, os partidos e vários postulantes já se movimentam no sentido de se articularem. O empresário Mauro Mendes (PSB), que perdeu em sua curta vida política duas eleições, para prefeito em 2008 e agora para o governo do Estado surge como nome natural para esta disputa. Foi o candidato mais votado em Cuiabá, o que o credencia como um dos principais favoritos a uma vitória. Mauro, entretanto, resolveu adotar o mesmo discurso de 2008 ao afirmar que não é candidato e que após duas derrotas consecutivas o melhor que tem a fazer é voltar a cuidar de seus negócios.
Outro nome que surge é o do deputado estadual Sérgio Ricardo. Com os 87.407 votos que objete nas urnas, sendo mais de 42 mil votos apenas na capital o coloca como postulante. E Sérgio não esconde o sonho de entrar na carreira executiva e ser prefeito de Cuiabá. Tanto, que na segunda-feira, após a comemoração por ter sido um dos mais votados para a Assembléia Legislativa ficando atrás apenas do deputado cassado José Geraldo Riva, já dava sinais de que pode colocar seu nome a disposição do PR para a disputa do pleito.
O partido, aliás, não conseguiu digerir ainda a maneira como o empresário Mauro Mendes deixou a sigla, migrando para o PSB e muitos menos os ataques que fez durante a campanha para o governo do Estado ao governador reeleito Silval Barbosa (PMDB). Uma situação que deixa o caminho aberto para Sérgio Ricardo. “O PR quer e sonha com o poder na Capital. Tinha um candidato em potencial que era o Mauro. Mas este virou inimigo do governo e não terá o apoio da sigla. Portanto, as chances de Sérgio Ricardo, principalmente depois do respaldo que teve nas urnas são enormes. Ele agora tem como pressionar o partido”, avaliou um analista político.
Mas a Prefeitura de Cuiabá não é cobiçada apenas pelo PR e PSB. O PT também quer comandar os destinos da capital, que em 2012 estará vivendo um verdadeiro canteiro de obras para sediar a Copa do Mundo de 2014. Administrar uma cidade que vai se transformar com a chegada da Copa é um desejo de todo político. E neste contesto, o partido que saiu esfacelado no pleito do último domingo, tendo feito apenas um deputado estadual, Ademir Bruneto, da ala direita do partido, vai passar nos próximos meses tentando reunir os cacos e lavando a “roupa suja” para evitar um esfacelamento ainda maior.
E para juntar as várias alas e tentar voltar a crescer, vários petistas afirmam que não existe outra opção que não seja o lançamento de uma candidatura, que pode ser a senadora Serys Marli, que conseguiu 78.543 nas urnas para a Câmara Federal e que apesar de ter ficado em sexto lugar, vai ficar sem mandato devido ao quoeficiente eleitoral. Ainda se recuperando do trauma da derrota, ela não admite falar em uma disputa para o Executivo. Um dos nomes seria o de Carlos Abicallil, mas, após a fragorosa derrota sofridas nas urnas para o Senado Federal, principalmente em Cuiabá, onde ficou atrás do Procurador Mauro, que não teve recurso algum para a disputa, não terá como querer impor suas posições dentro do partido.
“Infelizmente o Abicallil implodiu o PT ao não permitir que a Serys se candidatasse à reeleição ao Senado. Sua ganância foi maior do que o partido. Agora está ai, sem poder, sem força, vai ter de reconhecer isso”, disse uma seguidora da professora Serys, que acredita que ela será fundamental para que o PT volte a crescer em Mato Grosso.
Completando este quadro aparece Chico Galindo (PTB), que herdou o cargo de prefeito com a desastrada decisão de Wilson Santos (PSDB) de deixar a prefeitura para tentar o Governo do Estado. Calado, sem fazer tantas pompas, Galindo vem tentando mostrar serviço. Sabe que será fundamental equacionar as contas, mostrar serviço, ter um amplo poder de negociação com os governos estadual e federal para garantir as tão importantes obras para Cuiabá que se prepara para a Copa. Um bom trabalho o credenciará para a disputa. Mas terá também de se livrar urgentemente das garras do ex-prefeito Wilson Santos, humilhado nas urnas. Para isso deverá nos próximos dias iniciar um processo de renovação na Prefeitura trocando secretários colocados pelo antecessor para ter ao seu lado pessoas ligadas a seu projeto.