O senador Wellington Fagundes (PR), um dos quatro políticos de Mato Grosso que foram expostos em outdoors espalhados por avenidas de Cuiabá, por não concordarem com o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), recorreu à Justiça para impedir a utilização de sua imagem, mas não obteve êxito. O juiz que apreciou o pedido do republicano, Yale Sabo Mendes, da 7ª Vara Cível de Cuiabá, negou o pedido de liminar.
Em sua decisão, o magistrado ressaltou que o senador primeiramente deve contatar os responsáveis pela divulgação, e, na hipótese de se negarem a publicar a resposta, ele poderá buscar tal direito junto à Justiça. Os demais políticos da bancada federal mato-grossense em Brasília também expostos nos outdoors são os deputados federais: Carlos Bezerra e Valtenir Pereira, ambos do PMDB e Ságuas Moraes (PT).
Nas últimas manifestações contra o governo Dilma Rousseff realizadas em Cuiabá, eles também foram alvos dos manifestantes que no decorrer da passeata anunciavam seus nomes ao microfone como políticos que “não estão do lado do povo” por não concordarem com o impedimento de Dilma Rousseff para governar o país. Quando os locutores anunciavam os nomes deles, os manifestantes gritavam e vaiavam.
Ao negar o pedido de liminar ao senador Wellington Fagundes, Yale Sabo destacou que ele não demonstrou ter buscado resguardar seus direitos ou até mesmo divulgar seu posicionamento frente a indagação que lhe fora exposta pelo outdoor junto ao responsável pela divulgação.
Os responsáveis pelos outdoors expondo os parlamentares e o senador são os movimentos: Avança Brasil, Movimento pela Ordem, Vem pra Rua e Movimento Muda Brasil, que vêm coordenando as manifestações em Mato Grosso contra o governo do PT e de Dilma Rousseff. Em nota divulgada na semana passada, eles disseram que vão continuar cobrando dos parlamentares que representam Mato Grosso em Brasília, apoio para o pedido de impeachment da presidente.
Explicaram que o objetivo dos outdoor expostos nas principais avenidas de Cuiabá é pressionar os representantes no Congresso Nacional para votarem a favor do impeachment de Dilma. “Nossos representantes precisam ouvir a voz das ruas”, destacaram.
Sobre essa exposição dos políticos, o juiz Yale Sabo pontua em sua decisão que diante do cenário político vivenciado é notórios que as autoridades públicas tenham constantemente divulgados e criticados seus atos. "Tais questionamentos fazem parte do processo democrático, onde a imprensa sem dúvida ganha papel de destaque frente à sociedade, criando espaço para debates estimulando a reflexão e ponderações quanto aos fatos revelados à população, e, principalmente despertar o interesse à consciência política, especialmente daqueles menos envolvidos”, diz trecho de seu despacho.