A presidente do Instituto Idheas, Maria Guimarães Bueno de Araújo, se apresenta hoje de manhã à Polícia Federal em Cuiabá. Ela é considerada foragida desde a quarta-feira (7), quando foi deflagrada a operação Hygeia, que apontou desvio de R$ 51 milhões da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Outros três suspeitos continuam foragidos.
A expectativa é que Maria Guimarães se apresente às 10h e negue qualquer relação com as denúncias investigadas pela PF e que levaram à prisão temporária de 31 pessoas em Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Rondônia e Brasília. Ela é tida como personagem fundamental no esquema, mas deverá negar ainda influência na gestão financeira da Instituto Idheas, que é uma Organização Social de Interesse Público (Oscip), mas teria participado dos desvio de recursos para custear principalmente programas de saúde indígena. Dirá ainda que foi ela mesma que denunciou fraudes antes da operação.
Depois de se apresentar, o advogado Huendel Wender estudará quais medidas tomar para garantir a liberdade da sua cliente. Ele advoga para Maria Guimarães e para a diretora do Idheas em Tangará da Serra (a 240 km de Cuiabá), Valéria Nascimento, presa na quarta-feira. A apresentação de Maria Guimarães ocorre um dia antes de vencer o prazo para a prisão temporária que poderá ser prorrogada judicialmente por mais 5 dias a partir desse domingo.
Segundo as investigações, sob comando de Maria Guimarães o Instituto Idheas firmou parcerias suspeitas com as prefeituras de Tangará da Serra e Timóteo (MG) para prestação de serviços na área de saúde. Oscip sofreria interferência de Abel dos Santos (ex-vice-presidente), Ronildo Lopes do Nascimento (sócio da LW Participações) e pessoas ligadas aos desvios de recursos apontados. O Instituto Creatio, de Cuiabá, também é acusado de envolvimento nos desvios.