O prefeito Chico Galindo (PTB) planeja extinguir as secretarias municipais de Comunicação, Cultura e Habitação de Cuiabá, transformando-as apenas em coordenações ou assessorias. A revelação foi feita aos titulares das pastas nos últimos dias, o que já levou o jornalista e publicitário Mauro Cid a pedir demissão do comando da Comunicação.
Os planos de Galindo devem fazer com que as secretarias fiquem subordinadas a outras pastas, mas isso ainda não foi definido. "Eu tive uma conversa com ele no gabinete e ele me disse que está pensando em fazer isso nas 3 áreas, mas ainda não decidiu a forma", afirma Mauro Cid, que promete entregar oficialmente o cargo de secretário de Comunicação na terça-feira (31).
O fim da Secom já foi cogitado pelo ex-prefeito Wilson Santos (PSDB), que renunciou ao cargo em 2010 para disputar sem sucesso o governo do Estado. O tucano recuou da ideia diante da pressão do setor. Mauro Cid afirma que a mudança representa uma perda para a categoria e, por isso, não concorda com a mudança.
Aliados de Galindo avaliam que ele pretende centra- lizar as decisões das 3 áreas, polemizadas nos últimos dias. A Comunicação foi criticada publicamente pelo secretário Dilemário Alencar (Trabalho e Desenvolvimento Econômico), o que expôs as divergências internas do Executivo. No caso dos secretários Luiz Poção (Cultura) e João Emanuel (Habitação), vereadores aliados pediram a demissão deles porque ambos são pré-candidatos à Câmara Municipal. O argumento é que eles poderiam se beneficiar eleitoralmente ao usar os cargos.
Por lei, os secretários-candidatos devem se desincompatibilizar até abril, mas Galindo havia prometido pedir a demissão em janeiro. Depois da pressão dos assessores, prorrogou isso para março. O problema é que os vereadores ficaram insatisfeitos. Atualmente, o Palácio Alencastro conta com 19 secretarias e 6 órgãos. Se transformadas em assessorias ou coordenações, as pastas perderão autonomia e devem ficar subordinadas a auxiliares considerados de maior confiança do prefeito.
Outro lado
Galindo e o secretário de Governo, Silvio Fidélis, não retornaram as ligações de A Gazeta para comentar o assunto. A última mudança no staff feita pelo petebista ocorreu no ano passado, numa tentativa de se desvincular da imagem de Wilson Santos e tentar demonstrar maior dinamismo.