O Ministério Público Federal em Mato Grosso instaurou procedimento preparatório com o objetivo de investigar a execução da obra de construção do novo Hospital Universitário Júlio Müller, em Cuiabá, "atualmente a maior obra de relevância na área de Saúde no Estado". O procedimento tem como base a nota técnica da Controladoria Geral da União (CGU) em Mato Grosso, que trata do resultado de uma ação de controle realizada em função de situações irregulares constatadas na execução do convênio firmado entre a Universidade Federal de Mato Grosso e o Governo do Estado, para a construção do novo hospital.
Com base nos exames da equipe da CGU, foi apontado que a obra está paralisada desde setembro de 2014 e abandonada, sem manutenção e conservação do que já foi feito. Os recursos previstos foram integralmente liberados pela UFMT, tendo disponível na conta bancária do convênio o valor de R$ 72 milhões. Contudo, o aporte previsto a ser feito pelo Estado ainda não foi realizado.
De acordo com o relatório, do montante fiscalizado, a situação mais grave é a falta de solução definitiva das partes envolvidas para que a obra seja concretizada, pois caso não ocorra, haverá perda dos investimentos já realizados no montante de R$ 11,6 milhões.
A procuradora da República em Mato Grosso, Vanessa Zago, inspecionou a obra e constatou que a situação vai ao encontro do que foi demonstrado no relatório da CGU. Ela se reunirá com representantes dos órgãos envolvidos, na próxima terça-feira, na sede da Procuradoria da República em Mato Grosso.
O projeto do novo hospital é para 250 leitos, 23 Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) adulto, 16 UTIs pediátricas, 20 UTIs neonatal, 26 leitos pré-atendimento, além de farmácia, laboratório, seis para cirurgias, clínicas para diversas especialidades, entre outras funções.