A juíza Selma Rosane Santos Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, retoma hoje, as audiências de instrução e julgamento da ação penal contra o vereador cassado João Emanuel Moreira Lima (PSD) e mais 7 réus. Entre as várias testemunhas arroladas pela defesa estão o prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), desembargadores Orlando Perri e Maria Aparecida Fago, além do procurador Benedito Xavier de Souza Corbelino, todos detentores de foro por prerrogativa de função. Isso significa que eles têm direito de escolher a data e horário para serem ouvidos pela magistrada.
Mauro Mendes chegou a comparecer na 7ª Vara Criminal no dia 23 de fevereiro, mas não foi ouvido. Assim, foi novamente intimado para escolher uma nova data e horário para ser ouvido. O ofício foi expedido no dia 11 de março. Mendes poderá escolher entre os dias 31 de março, ou ainda 13 ou 18 de abril, sempre às 13h30.
O objeto das investigações conduzidas pelo Grupo de Atuação contra o Crime Organizado (Gaeco), foi um suposto de desvio de R$ 1,6 milhão da Câmara Municipal de Cuiabá em conluio com uam empresa, de propriedade do ex-deputado Maksuês Leite. À época, João Emanuel era o presidente do Legislativo Municipal.
A previsão inicial era que fossem ouvidas 25 testemunhas entre defesa e acusação, bem como os 8 réus. As audiências estavam marcadas para fevereiro, mas foram redesignadas para os dias 31 de março, dia 13 e 18 de abril. Os réus, caso não ocorra novas mudanças de datas, serão interrogados no dia 18. Todas as audiências têm previsão de começar às 13h30 na 7ª Vara Criminal localizada no Fórum de Cuiabá.
Até o momento só foram ouvidas 2 testemunhas de acusação: o policial civil Wilton Brandi Hohlenwerger Júnior e a empresária Ruth Hércia da Silva Dutra. Ambos têm participação direta no episódio da gravação de um vídeo onde aparecia o então vereador e presidente da Câmara Municipal de Cuiabá ensinando truques para fraudar licitações da Casa. Ruth aparece no vídeo conversando com João Emanuel e ouvindo dele propostas para que aceitasse participar de uma licitação.
Além de João Emanuel também são réus na ação penal: Amarildo dos Santos, 47, Marcelo de Almeida Ribeiro,39, Mário Borges Junqueira, 33, André Luis Guerra Santos, 35, Érica Patrícia Cunha da Silva Rigotti, 35, Pablo Norberto Dutra Caires, 26, que é filho da empresária Ruth Hércia e Evandro Vianna Stábile, 26, que é filho do desembargador Evandro Stábile, afastado da magistratura sob acusação de venda de sentenças.