O ex-presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, vereador Deucimar Silva (PP), afirma ser vítima de sabotagem de adversários políticos nos últimos dias. Depois de ser acusado de superfaturamento, ele alega que entupiram a tubulação do telhado do prédio do Legislativo, o que teria levado à infiltração em 2 gabinetes. O episódio aumentou ainda mais a polêmica sobre a gestão passada.
Deucimar visitou a redação de A Gazeta e mostrou um vídeo em que servidores da Câmara encontraram vários tubos de escoamento no telhado entupidos e com as pontas soldadas. “Foi isso que impediu a água da chuva de escoar e a consequente infiltração divulgada na semana passada. Estão querendo me prejudicar”.
A informação sobre a infiltração foi divulgada em primeira mão por A Gazeta. A água e o mofo tomaram conta dos gabinetes dos vereadores Domingos Sávio (PMDB) e Everton Pop (PSD). O peemedebista chegou a despachar nos corredores da Câmara alegando que não tinha condições de trabalhar.
Deucimar também afirmou já ter notificado a empresa Alos Construção para reparar os problemas no telhado. O serviço foi feito no mandado do ex-presidente e que se estendeu por 2009 e 2010. A obra ainda está no prazo de garantia. “Já haviam feito isso no telhado do plenário, mas eu reclamei depois que encontrei garrafas de plástico que também tampavam o escoamento da água e não houve mais problemas. Querem de todo jeito me ferrar”.
A obra de reforma já levou o Tribunal de Contas do Estado (TCE) a reprovar o balanço da gestão passada e condenar Deucimar a devolver R$ 1,1 milhão aos cofres públicos diante do superfaturamento de até 1000% detectado em alguns itens da obra. O parlamentar já recorreu e alega que todos os pagamentos foram feitos depois de orientação de um engenheiro da Secretaria Municipal de Habitação. O titular da pasta, João Emanuel, nega qualquer ingerência no serviço. Diz ainda que a decisão dos conselheiros é uma prova da autonomia do Legislativo.
Outro lado – O atual presidente e secretário de Comunicação da Câmara de Cuiabá, Júlio Pinheiro (PTB) e Flávio Garcia, não retornaram as ligações de A Gazeta para comentar o assunto.