O principal delator da Operação Sodoma, João Batista Rosa, disse em depoimento para a juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Arruda, que nunca tratou sobre incentivos fiscais ou pagou propina diretamente ao ex-governador Silval Barbosa (PMDB). Ela questionou o empresário sobre a participação do ex-governador no esquema e ele garantiu que não manteve contato. "Nunca entreguei nada para ele, afirmou em audiência".
João disse que a única vez que conversou com Silval foi para perguntar sobre o crédito de incentivos ao comércio, que foi uma das promessas da campanha do ex-governador.
Selma perguntou também se o ex-chefe da Casa Civil, Pedro Nadaf (que está preso acusado de receber propina de João), alguma vez fez referência de que Silval não podia dar mais prazos para o pagamento ou sobre perda do benefício. João apenas respondeu que não. "É possível que Pedro Nadaf tenha feito da cabeça dele, mesmo as chantagens e que fez tudo isso sozinho?", questionou a magistrada. O empresário respondeu que "só as investigações é que irão dizer".
O depoimento foi exibido aos desembargadores da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça pelos advogados Ulisses Rabaneda e Valber Melo, que fazem a defesa de Silval Barbosa, na última quarta-feira, quando da discussão do mérito do pedido de habeas corpus em favor do ex-governador.
Silval, Nadaf e o ex-secretário de Fazenda, Marcel Cursi continuam presos, em Cuiabá, acusados de receberem R$ 2,6 milhões de propina da empresa de João, que recebeu incentivos fiscais, deixando de arrecadar milhões para os cofres governamentais. O empresário acusou Nadaf de ter recebido propina.