Preso preventivamente desde o dia 14 deste mês com a deflagração pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) da operação Grão Vizir, o empresário Alan Malouf vai passar o Natal e Réveillon detido no Serviço de Operações Especiais (SOE). Isso porque a desembargadora Maria Helena Póvoas, plantonista do Tribunal de Justiça, ontem, se recusou a analisar o pedido de revogação da prisão preventiva protocolada pelo advogado Huendel Rolim.
Inicialmente, o pedido de revogação foi encaminhado a juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Arruda. Porém, a magistrada declinou da competência, uma vez que, em depoimento aos promotores de Justiça, o empresário cita autoridades com foro por prerrogativa de função na esfera criminal como o governador Pedro Taques (PSDB) e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB).
Por outro lado, a desembargadora Maria Helena entendeu que cabe ao juízo de primeiro grau analisar o pedido de revogação da prisão preventiva, em razão da denúncia contra Alan Malouf já ter sido desmembrada no Tribunal de Justiça.
Além disso, ressaltou que pela complexidade das acusações, o pedido de liberdade não deve ser analisado em regime de plantão do Judiciário. "Desta feita, devolve-se o incidente aquela magistrada para as devidas providências após o recesso forense", diz trecho da decisão.
Por isso, o pedido de revogação da prisão preventiva só será analisado após o dia 6 de janeiro. Nesta data, está programado o término do recesso forense.
No depoimento prestado aos promotores de Justiça, Alan Malouf afirmou que saldou dívidas de campanha não contabilizadas da campanha do governador Pedro Taques e ainda favoreceu o deputado estadual Guilherme Maluf com R$ 40 mil do dinheiro desviado.
Ele ainda disse que o empresário Giovani Guizardi, delator da Operação Rêmora, doou R$ 200 mil ao “caixa 2” de Taques nas eleições de 2014.