Deputados estaduais que compõem a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa estão visitando, esta manhã, o depósito da Farmácia de Alto Custo, em Cuiabá. A medida foi tomada após denúncias de medicamentos vencidos e de que faltam, há mais de um ano, 104 remédios de alta complexidade no local, a maioria deles essenciais para que pacientes com doenças graves não venham a óbito.
Os deputados estão reunidos com o secretário de Estado de Saúde, Mauri Rodrigues, que na reunião do Conselho Estadual de Saúde, ontem, se defendeu e elencou os motivos, que segundo ele, são os principais responsáveis pela falta de medicamentos de alta complexidade no Estado.
Afirmou que nunca disse que não iria comprar os medicamentos e disse não acreditar que tais denuncias tenham partido de algum dos conselheiros de saúde do Estado. "O que eu disse é que não iria utilizar as mesmas práticas de gestões passadas. Não vamos aceitar compras de remédio direcionadas", afirmou o secretário ressaltando ainda que o principal problema hoje, não só de Mato Grosso, mas que atinge todo o país é a dificuldade para comprar esses remédios, a falta deles nos laboratórios.
Mauri disse ainda que o grande problema hoje são os fabricantes que centralizam a produção de medicamentos e fazem pressão aos governos estaduais para terem exclusividade ou preferência para fornecer os insumos de alta complexidade. "Nós também sofremos pressão da indústria farmacêutica", garantiu.
Ele foi apoiado pela farmacêutica bioquímica da secretaria, Kelli Carneiro de Freitas Nakata. Ela explicou que hoje existem diversos remédios lançados no mercado com novo nome, mas que têm em sua composição os mesmos componentes, substâncias e princípios ativos de outros medicamentos para o tratamento da mesma doença.