O empresário João Batista Rosa, ex-delator, da suposta organização criminosa descoberta com a Operação Sodoma – que resultou nas prisões do ex-governador Silval Barbosa e dos ex-secretários Marcel Cursi (Fazenda) e Pedro Nadaf9 Casa Civil), foi um dos doadores da campanha à Prefeitura de Cuiabá do então candidato Mauro Mendes (PSB). A informação consta na prestação de contas do comitê do atual prefeito, aprovada pela Justiça Eleitoral de Mato Grosso. Em nome da Tractor Parts, Rosa efetuou um repasse, devidamente declarado, de R$ 10 mil. Ao depor na 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Rosa disse não se lembrar se havia doado dinheiro para a campanha de Mendes.
O valor pode ser considerado irrisório perto dos R$ 2 milhões repassados por ele ao ex-secretário Pedro Nadaf, que justificou a pedida para a quitação de dívidas de campanha de seu grupo político. O questionamento sobre doações realizadas por Rosa foi feito pelo advogado do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), Ulisses Rabaneda, que perguntou também sobre possíveis doações feitas para a campanha ao governo de Pedro Taques (PSDB).
Conforme levantamento da lista de doadores ao ex-pedetista, que venceu a disputa ainda em primeiro turno nas eleições de 2014, não há nenhuma doação, seja por meio das empresas ou por Rosa na condição de pessoa física. A análise bate com o que o próprio empresário disse em seu depoimento, a de que não doou dinheiro para Taques.
Durante vários momentos de seu depoimento, prestado na última sexta-feira (29), o dono do Grupo Tractor Parts afirmou que tratou do repasse dos R$ 2 milhões, ato classificado pelo Ministério Público Estadual (MPE) como uma exotrsão, diretamente com Nadaf, sem saber a destinação real do dinheiro.
Nesta segunda-feira (1º) a juíza Selma Rosane Santos Arruda retoma a audiência com a oitiva de mais testemunhas de acusação. Está previsto o depoimento de Geiziane Rodrigues Antelo, atual esposa de Nadaf, que teria recebido três cheques repassados por Rosa ao ex-secretário. Além de Nadaf, o ex-secretário de Estado de Fazenda, Marcel de Cursi, e o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) são réus no processo e seguem presos preventivamente no Centro de Custódia de Cuiabá (CCC). Eles deverão ser interrogados após a oitiva de todas as testemunhas, ainda no mês de fevereiro.