A criação de novos partidos nos últimos dias alterou o quadro de bancadas da Câmara de Cuiabá, mas apresentou pouco impacto em relação à situação atual. O principal afetado, além do PMDB, que perdeu representação no Legislativo Municipal, com a migração dos vereadores Domingos Sávio e Haroldo Kuzai para o Solidariedade (SDD), foi o PTB, que perdeu o posto de maior bancada, com a saída de Clovito Hugueney para a mesma legenda.
Apesar das mudanças partidárias, a situação não muda a divisão dos parlamentares entre base aliada ao prefeito Mauro Mendes (PSB), que permanecem em maioria, e oposição. Para o Executivo, a principal vantagem é o retorno do vereador Oséas Machado (PSC) na próxima quinta-feira (10). Ele integra o grupo de situação, enquanto seu suplente, Walter Arruda (PSDC), engrossava o time dos oposicionistas.
Agora, quatro bancadas dividem a maioria na Câmara de Cuiabá: PSDB, PSB, PTB e o novo SDD, todos com três representantes cada. A única que tem a união de seus parlamentares na base é a petebista, já as demais, estão divididas.
Dentre as maiores, a única bancada de oposição é a do PSDB, contudo, a vereadora Lueci Ramos integra o grupo da base. Situação semelhante é enfrentada pelo PSB, onde os vereadores Adilson da Levante e Faissal Calil compõem a situação e Onofre Junior, que assumiu uma postura independente desde o início da legislatura, tem acompanhando os parlamentares de oposição.
De acordo com Clovito, que assumiu a presidência da comissão provisória municipal do SDD, o partido nasceu com uma posição de independência. Ele destaca que no momento a nova sigla está voltando seus esforços para se consolidar como partido e só num segundo momento discutirá seu posicionamento em relação à gestão Mendes. Contudo, pondera que, apesar dos posicionamentos diferentes da bancada, as decisões, daqui para frente, serão tomadas em conjunto após diálogo entre os três parlamentares.
Apesar de esgotado o prazo para a filiação daqueles que pretendem disputar as eleições de 2014, a janela para aqueles que ainda desejam migrar para os novos partidos sem risco de perder o mandato vai até o próximo dia 25. Até lá, Clovito acredita que poderá aumentar a bancada e se transformar na maior da Câmara.
O também recém criado Pros não conseguiu a adesão de nenhum vereador da Capital e deve continuar cooptando lideranças até a data final. Na relação com o Executivo e nas questões internas da Câmara, o principal impacto foi a perda da preferência do PTB na indicação de membros para comissões temporárias, tendo que disputar em pé de igualdade o espaço com as demais bancadas.
Embora os impactos decorrentes da migração para o novo partido sejam pouco perceptíveis, uma nova reviravolta poderá ocorrer ano que vem, quando alguns vereadores devem se licenciar do cargo para disputar as eleições. Neste período, o SDD deixará o status de uma das maiores bancadas, já que não possui suplentes e conta com dois de seus parlamentares, o próprio Clovito e Kuzai, na lista de pré-candidatos a deputado estadual.
Com isso, o PTB retomará o posto de maior bancada, caso nenhum de seus vereadores se licencie do cargo e o PMDB voltará a ocupar espaço no Legislativo Municipal justamente no momento em que o governo Silval Barbosa (PMDB) precisará de apoio nas bases.