Após a comprovação, pelo relatório pericial, de superfaturamento de R$1,1 milhão na reforma da Câmara de Cuiabá, os vereadores aprovaram, com 18 votos, na sessão desta quinta (15) o pedido de prorrogação por 30 dias da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as obras.
O presidente da CPI, vereador Edivá Alves (PSD), apresentou o pedido na semana passada. Na mesma data, o ex-presidente da Casa, Deucimar Silva (PP), gestor na época da reforma, pediu o arquivamento da comissão sob alegação de que o prazo para a conclusão dos trabalhos expirou na legislatura passada.
Com a entrega do relatório feito pelos peritos do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (Crea) e do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia do Estado (Ibape), Deucimar voltou atrás e pediu que os colegas votassem pela prorrogação. Ele conta que tomou a decisão depois de conversar com sua família. "Isso foi bom porque eu vou continuar com a transparência que sempre tive", afirmou, lembrando que assinou o requerimento para a criação da CPI.
Deucimar reconhece que houve superfaturamento na obra, mas ressalta que em nenhum momento seu nome foi envolvido. A tomada de preços foi feita por meio de uma parceria com a Secretaria Municipal de Habitação. O vereador disse, inclusive, que poderia colocar seu sigilo bancário à disposição para provar que o dinheiro do superfaturamento jamais passou pela sua conta ou de seus familiares e assessores. "Quem lesou os cofres públicos tem que devolver", afirmou.
Segundo Edivá, dentro de 10 dias devem ter início as oitivas. Por enquanto, já estão confirmadas as convocações do engenheiro civil responsável pelo orçamento, Carlos Anselmo; do representante da empresa responsável pela obra, a Alos Construtora e de Deucimar. O presidente pondera, contudo, que se outros nomes forem citados durante os depoimentos, mais pessoas poderão ser convocadas.