Pedro Taques (PDT), Lúdio Cabral (PT), José Riva (PSD), José Marcondes (PHS), o “Muvuca”, e José Roberto (PSOL) participaram, agora há pouco, na TV Record de Cuiabá, do primeiro debate envolvendo os candidatos ao governo do Estado. Nas primeiras perguntas, os candidatos se limitaram a dar respostas pautadas em seus projetos de governo, porém, não demorou muito para ocorrer troca de acusações entre eles.
Primeiro, os postulantes responderam perguntas de jornalistas convidados de outros sites e Riva foi o primeiro a falar. Ele disse que o Estado precisa de um choque de gestão, fazer enxugamentos. Ressaltou que é preciso criar a Secretaria de Desenvolvimento Regional para aproximar do cidadão, mas que isso não implicaria em demissões e sim reestruturação. Afirmou que reduziria os comissionados e faria concurso público.
Muvuca ao responder sobre uma pergunta sobre seu limite de gastos de campanha, disse que o partido errou ao estipular o teto de R$ 10 milhões e que ele pretende na verdade gastar até R$ 100 mil. O candidato José Roberto ao falar sobre a Lei Kandir disse que falta ao Estado uma política tributária eficiente. O assunto é do governo federal, mas o Estado também pode avançar no assunto.
Taques foi questionado sobre a operação Ararath e a tentativa de impedir Riva de citá-lo sobre a operação. Afirmou que não existe investigação e processo contra ele e sua esposa e quem falar isso vai responder na Justiça. Destacou que ninguém está acima da lei. Disse que o cidadão tem o direito de saber o que os políticos estão fazendo e que a doação do empresário Fernando Mendonça está regularizada e devidamente apresentada à Justiça Eleitoral.
Cabral foi questionado sobre a continuidade da gestão Silval Barbosa e o que pretendia mudar. Ele disse que se eleito pretende corrigir alguns erros da gestão Silval Barbosa. Acredita que o MT Integrado, que vai ligar 44 municípios do Estado por pavimentação, como positivo e pretende dar continuidade. Criticou a saúde no Estado e disse que vai rescindir os contratos com as Organizações Sociais de Saúde (OSS) que passaram a gerir algumas unidades.
No segundo bloco, com perguntas entre os candidatos. Cabral perguntou para Taques sobre o plano de metas para manter as rodovias e outras obras como pavimentar rodovias. Este disse que não só o modal rodoviário precisa de atenção. Vai manter o MT Integrado porque é importante para ligar os municípios. Disse que asfalto beneficia a saúde e a segurança. Mato Grosso precisa ter o modal ferroviário também para escoar a produção e ligar os municípios de Leste a Oeste.
Lúdio questiona Riva sobre a saúde e OSSs. Riva disse que a Assembleia aprovou o modelo por ampla maioria, pois precisava buscar uma nova forma de gestão para o que não estava dando certo. "Vamos acabar com as OSSs firmar parceria com os prefeitos e consórcios de saúde e construir um hospital estadual em Cuiabá, além de fortalecer os hospitais regionais".
O pessedista questionou Lúdio sobre as propostas do petista com relação à logística. Em resposta, o petista elencou uma série de metas para a próxima gestão com a criação de eixos rodoviários, que permitam o crescimento integrado, com a obtenção de recursos federais, a pavimentação de estradas estaduais e a busca pelo avanço das ferrovias e hidrovias. "Além do agronegócio precisamos fomentar o turismo”.
Riva perguntou a Muvuca sobre segurança, que pretende aumentar o efetivo do Gefron para 500 homens, além de equipar a fronteira, impedindo a entrada de drogas em Mato Grosso. "Além disso precisamos melhorar as condições dos policiais, inclusive a salarial. Temos um plano de dobrar o efetivo".
O candidato do PHS questionou Taques sobre a sabatina realizada com o ex-superintendente do Dnit, Luiz Antônio Pagot. "Não existe nenhuma condenação contra ele. Eu como senador exerço minhas funções, não abro mão delas", afirma o pedetista sobre a questão, destacando que Pagot atua sim na campanha dele. O pedetista aproveita para falar da Ferrovia de Integração, destacando que o governo federal não repassou valores e que tais obras estavam no plano de governo de Silval Barbosa (PMDB).
Neste momento, o debate começou a ficar tenso com algumas trocas de acusações entre Taques e Muvuca. "Estranha essa fixação do candidato Muvuca pelo Pagot, por Jayme Campos (DEM). Até outro dia Muvuca estava no DEM". Na tréplica, ele tentou explicar sua passagem pelo DEM e chamou a sigla de gangue partidária lembrando que hoje o DEM apoia Taques.
O candidato do PSOL questiona propostas na saúde de Taques. Pedetista destaca que, além de auxiliar Cuiabá e os municípios, irá construir novo hospital em Cuiabá. "Quero só aproveitar para dizer ao Lúdio que minhas contas de campanha foram todas aprovadas. Se ele acha que há alguma irregularidade, que represente. Vim aqui debater propostas, não ficar atacando as pessoas".
Na segunda pergunta, candidato do PSOL questiona Riva sobre uma suposta omissão da Assembleia Legislativa no que se refere à fiscalização da gestão estadual. No final da pergunta, ele chama Riva de um dos "coronéis da Assembleia". Riva responde que acredita que a ALMT fez um bom trabalho de fiscalização, citando como exemplo as obras da Copa do Mundo. Na réplica, José Roberto pede ao eleitor que fique atento às promessas de campanha.
Riva responde que sempre cumpriu suas promessas e que "diferentemente de outros candidatos", não copia programa de governo.