A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Obras da Copa do Mundo de 2014 pode oferecer um acordo de delação premiada ao ex-secretário extraordinário da Copa (Secopa), Maurício Guimarães, quando de sua convocação para prestar esclarecimentos acerca das irregularidades investigadas. Para o presidente da CPI, o deputado estadual Oscar Bezerra (PSB), a medida pode ser a única alternativa do ex-secretário para amenizar as eventuais penalidades geradas pelas acusações que pesam contra ele.
“Praticamente tudo que foi feito na Secopa levou a assinatura dele. Se ele estiver disposto, chamamos o Ministério Público e fazemos um acordo para ele entregar quem realmente lucrou com isso”, pontua o socialista. O servidor efetivo do governo do Estado, Maurício Guimarães já é alvo de um processo administrativo no qual é acusado de omissão quanto às irregularidades na execução do contrato do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) constatadas pela Controladoria Geral do Estado (CGE) durante auditoria.
O documento elaborado pela CGE aponta, como responsáveis pelo atraso na implantação do modal, ele, o ex-governador Silval Barbosa (PMDB), e o ex-secretário adjunto de Infraestrutura e Desapropriações da Secopa, Alysson Sander de Souza. Todos são suspeitos dos crimes de prevaricação e ato de improbidade administrativa.
Maurício Guimarães assumiu o comando da Secopa após a saída do também ex-secretário Eder Moraes que, em seu depoimento à CPI, já afirmou não ter licitado sequer uma obra para a Copa de 2014. De acordo com Eder, sua atuação na Pasta foi limitada a idealizar os projetos que, segundo ele, não possuíam os problemas estruturais que, mais tarde, quando já não comandava mais a Pasta, acabaram vindo à tona.
Oscar espera, durante a oitiva de Guimarães, confrontá-lo com estas declarações e não descarta a possibilidade de realizar uma acareação entre os dois ex-secretários.