O não comparecimento do agricultor João Batista da Silva, o Maguila, para prestar esclarecimentos à CPI da Sema, ontem, foi questionado pelos parlamentares. Ele é autor de supostas denúncias relacionadas a tráficos de influência, vendas créditos virtuais entre outros assuntos envolvendo a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema). Mas, por meio de um documento encaminhado à comissão, alegou o seu não comparecimento por motivos pessoais e que, no momento, não tem muitas informações para contribuir, mas solicitou a comissão que fizessem uma visita in loco para analisar a sobreposição de terra, um dos temas das denúncias fitas.
Batista denunciou o deputado Juarez Costa e dois assessores de pressionarem a Sema para aprovar projetos de manejo ilegais e obterem vantagens. O deputado diz que as acusações são mentirosas.
O deputado Dilceu Dal’Bosco, relator da CPI, disse que o não comparecimento do agricultor abre precedentes para questionamentos. Ele ainda afirmou que Batista relutou para receber a intimação. “Ele que foi autor de graves denúncias, tem que ser ouvido para esclarecer os fatos, até porque envolve nomes de líderes políticos e empresários”, disse.
O deputado José Riva entrou em contato com o advogado de João Batista solicitando a presença do cliente para depor a comissão, enfatizando a importância dos esclarecimentos dele. O advogado ficou de dar um retorno, até o encerramento desta edição o presidente da CPI não recebeu nenhum posicionamento.
Já o depoimento do industriário Fábio Leandro Galindo, da região de Feliz Natal, foi marcado por muita segurança. Representante legal do empresário Valmor Brolim, Galindo respondeu todos os questionamentos feitos e afirmou que João Batista – autor de supostas denúncias – teria mobilizado e ‘seqüestrado’ um trator, impedido que os trabalhadores dele entrasse na fazendo para fazer o transporte de carga. Ele contou que na época foi preciso acionar a delegacia de Sinop para que o trator fosse liberado e eles pudessem entrar na área.
Insatisfeito com a morosidade da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Fábio disse que na época um projeto de manejo havia desaparecido. Irritado com a situação, disse que teve que ‘fazer pressão’. “Na época tive que pressionar o secretário, pois não conseguiam achar o meu projeto em Cuiabá, nem em Sinop, e ele acabou sendo encontrado no escritório em Sinop, não sei como”, declarou.
Questionado pela comissão se teria algum tipo de aproximação com João Batista, Galindo afirmou que o conhecia da oficina do tio, onde ele trabalhava. Segundo documentos encaminhado a CPI da Sema, João Batista afirma que Fábio Galindo teria vendido créditos virtuais e lhe ameaçado de morte. O industriário se defendeu alegando que não teria motivo, pois tem provas contundentes quanto às denúncias apresentadas por João. “Quando fiquei sabendo que ele fez denúncias contra mim, ano passado, eu o procurei para conversar, só que ele negou”, desabafou, informando aos membros da comissão que o departamento jurídico da Sema afirma ter duas denúncias contra Valmor Brolin, de quem ele é representante legal.
A Comissão Parlamentar de Inquérito não descarta a possibilidade de uma acariação entre Fábio Galindo e o denunciante João Batista.