Os deputados que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) esperam obter hoje, mais detalhes sobre o possível esquema de fraudes na comercialização de madeira ilegal, denunciado na operação Guilhotina, no mês passado. Os depoimentos estão marcados para a partir das 14 horas.
O ex-superintendente da Sema Raul Oliveira Pinto, será questionado sobre os procedimentos adotados, na época, para aprovação dos planos de manejo e vistorias in loco nas áreas, informou o deputado Dilceu Dal Bosco, relator da CPI. Segundo ele, os projetos em que foram constadas irregularidades teriam sido aprovados no período da gestão de Raul.
O outro a ser ouvido será o empresário Valmor Brolin, também citado durante a operação, como proprietário de uma das áreas que teve o plano aprovado. “Na semana que vem devemos ouvir mais umas seis pessoas”, acrescentou Dal Bosco.
A CPI quer descobrir as falhas internas na pasta que possibilitam fraudes e o envolvimento de servidores. Durante a operação, alguns chegaram a ser presos sob acusação de aprovar projetos fraudados para ‘esquentar’ madeira ilegal no pátio das empresas. O esquema podem ter resultado em lucro de R$ 58 milhões. O Ministério Público denunciou 50 envolvidos e os processos tramitam na Justiça Especializada de Meio Ambiente.
Já foram interrogados o secretário Luiz Daldegan, o secretário adjunto Bathilde Abdala, os superintendentes de Assuntos Jurídicos e de Gestão Florestal, César Augusto D’Arruda e Afrânio Migliari, respectivamente, e o servidor Rogério Rodrigo da Silva. A falta de estrutura e gestão na pasta são apontados como as maiores causas para a morosidade no andamento dos processos e liberação de projetos de manejo e licenciamentos.
A comissão deve terminar os trabalhos em cinco meses e apontar alterações no órgão para garantir a sustentabilidade do setor de base florestal.