O juiz da 5ª Vara Federal de Cuiabá, Jeferson Schneider, entregou, ontem à tarde, ao presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito do Ministério Público Estadual, deputado Max Russi (PSB), cópias dos documentos requeridas que atestem o pagamento de cartas de crédito a procuradores e promotores de Mato Grosso, apreendidos durante a Operação Ararath.
“O pagamento das cartas de crédito a membros do Ministério Público foi alvo de grave denúncia e precisa ser investigado. O objetivo da CPI é analisar criteriosa e tecnicamente todas as informações referentes a esses pagamentos, e para isso precisamos trabalhar em parceria com os demais órgãos como a Justiça Federal, que através do juiz Jeferson Schneider, atendeu nosso requerimento e já repassou as informações solicitadas por essa comissão”, declarou Max Russi, através da assessoria.
As suspeitas sobre as irregularidades na negociação das cartas de crédito vieram à tona durante a 5ª etapa da Operação Ararath, deflagrada em maio de 2014. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na casa do ex-secretário de Estado de Fazenda, Eder Moraes (autor da denúncia na Assembleia contra integrantes do MP), onde foram encontrados documentos e planilhas detalhando pagamento de precatórios referentes a créditos trabalhistas que eles tinham.
Posteriormente, durante depoimento na CPI da Copa do Mundo, o ex-secretário ratificou as denúncias contra o MP sobre a emissão das cartas de crédito, na qual ele próprio teria intermediado a negociação junto ao antigo grupo Cemat. De acordo com o depoimento de Éder, “os títulos em favor dos promotores seriam irregulares porque foram emitidos sem previsão orçamentária ou financeira, ou estudo de impacto fiscal”.
A CPI vai apurar os pagamentos feitos a 45 promotores que, juntos, totalizaram R$ 10,3 milhões.
A informação é da assessoria da Assembleia.