A base governista, maioria da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Cartões Corporativos, conseguiu rejeitar, por 11 votos a sete, requerimento para acesso a informações de titulares de cartões corporativos da Presidência da República.
De autoria dos deputados do DEM Índio da Costa (RJ) e Vic Pires Franco (PA), o documento pedia informações à Casa Civil sobre os gastos com cartão corporativo do governo federal desde que começou a ser usado, em 2002, o nome do titular do cartão, o limite mensal, o detalhamento dos gastos e cópia das notas fiscais das compras.
Os parlamentares de oposição defenderam a necessidade de aprovação do requerimento, mas não foi suficiente para garantir a sua aprovação. “Esse requerimento nada mais é do que um pedido de informações. Se não aprovarmos, seremos tratorados por deputados que não têm compromisso com a opinião pública”, disse Vic Pires.
“Para o bom andamento dos trabalhos precisamos aprovar esse requerimento”, disse o senador Antônio Carlos Magalhães Júnior (DEM-BA). Ele ainda lembrou que há requerimento com assinaturas suficientes para a criação de uma CPI dos Cartões Corporativos exclusiva do Senado. “Não se está ameaçando com uma CPI no Senado, mas, se não for possível investigar na mista, a única alternativa será propor uma CPI do Senado”, afirmou.
O deputado Carlos Willian (PTC-MG) partiu em defesa da base governista: “Não amarelamos com isso. Temos compromisso e não vamos deixar tripudiar em cima do governo e dos colegas de comissão”, disse.
A maioria governista na CPMI tem conseguido fazer com que os parlamentares de oposição não tenham seus requerimentos aprovados. Na semana passada, a convocação da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, foi rejeitada por 14 votos a sete.