Novos procedimentos devem ser adotados pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura irregularidades na gestão da Secretaria do Estado de Meio Ambiente a partir de agora. Um deles é a vistoria, in loco, em propriedades denunciadas na ‘operação Guilhotina’, no mês passado, por fraudes na comercialização de madeira. Algumas ficam na região Norte.
A previsão, segundo o presidente da CPI, deputado José Riva, é que 80 depoimentos sejam tomados até o encerramento dos trabalhos, previsto para dezembro, prazo máximo estipulado pela Assembléia Legislativa. Até o momento foram sete, entre eles do secretário de Meio Ambiente, Luiz Daldegan, e servidores da pasta.
Também já foi cogitada a intimação de representantes do Ministério Público do Estado, delegados que atuaram na Operação Guilhotina, dirigentes dos sindicato dos trabalhadores e entidades ambientais, OAB, Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA).
Amanhã, serão ouvidos o dono de uma área em Feliz Natal, João Batista da Silva, e Fábio Galindo, apontado como responsável por retirar a madeira de uma fazenda citada na operação. Outros empresários citados estão sendo intimados.
Desde que iniciou os trabalhos, no início de julho, a CPI recebeu várias denúncias de crimes contra o meio ambiente. Uma delas contra o deputado Juarez Costa (PMDB), acusado por um produtor de usar de sua influência junto ao Governo do Estado para agilizar a liberação de planos de manejo suspeitos de serem irregulares. Juarez negou e cobrou apuração pela comissão, deixando o cargo de suplente.
As expectativas do setor madeireiro, principal alvo das recentes operações ambientais no Estado, são que os resultados da CPI apontem saídas às deficiências da gestão ambiental. Atualmente, a principal reclamação é na morosidade na liberação de planos de manejo.
O presidente do Sindicato dos Madeireiros do Extremo Norte de Mato Grosso (Simenorte), Lindomar Dela Justina, destacou que o segmento aguarda ansioso o resultado, mas que ainda é muito cedo para se posicionar.
A atividade madeireira é base da economia da maioria dos municípios do Nortão.