A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara de Sorriso que apura denúncias de supostas irregularidades na aplicação de recursos públicos repassados pela prefeitura para a ADECOBE (Associação de Desenvolvimento da Comunidade Boa Esperança) ouviu ontem o depoimento do tesoureiro da entidade, Carlos Muller. De acordo com o presidente da CPI, vereador Wanderley Paulo, o tesoureiro alegou que estava por fora do que ocorria dentro da associação. “Só ia lá uma vez por mês e assinava vários cheques, segundo ele”, explicou.
O empresário dono de uma empresa de terraplenagem, que teria denunciado o fornecimento de uma suposta nota fria para a associação, de acordo com o presidente, está residindo em outro Estado e alegou não ter condições financeiras de se deslocar a Sorriso para prestar depoimento. “Nós estamos aventando a possibilidade de arcar com as despesas de transporte dele. Mas ele também teme pela sua segurança, ele acha que pode sofrer represálias por ter denunciado um susposto esquema”, disse o presidente, ao Só Notícias.
O empresário teria afirmado em uma reportagem em emissora de TV, que fornecera uma nota fria para a associação, no valor de R$ 3 mil. O presidente ressaltou ainda que a comissão já entrou com uma solicitação de mais prazo para concluir a investigação. “Pedimos uma prorrogação do prazo até final de novembro e em último caso, pode se estender até 15 de dezembro”, afirmou. Uma outra irregularidade, a contratação de uma empresa que está irregular com a Receita Federal, também foi constatada.
Por enquanto, os repasses para a Adecobe não foram suspensos, para que a população não seja prejudicada e “enquanto não se comprova realmente a veracidade das denúncias”. O distrito fica a 35 km de Sorriso e, ano passado, a prefeitura repassou cerca de R$ 1,2 milhão para ser feita coleta de lixo, manutenção de iluminação pública, recuperação de estradas e outras obras e ações.