A proposição para criar, na Assembleia Legislativa, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a suposta participação do governador Silval Barbosa (PMDB) do ex-secretário Eder Moraes, do deputado José Riva -e possivelmente outros deputados- no esquema de lavagem de dinheiro desarticulado pela Polícia Federal, na operação Ararath, seria praticamente inviável. Documentos foram apreendidos nas casas de Silval, Riva e Ede. O posicionamento é do deputado estadual Zeca Viana (PDT), da oposição, que justificou ao Só Notícias, o “corporativismo ” que disse existir na Assembleia.
O deputado afirmou que “no caso do governador é um pouco complicado porque, geralmente, qualquer decisão que vá afetar diretamente o governo, tem gente que não assina e assim não se tem maioria para poder abrir algo, não se tem força. Então, é pouco viável”. Ele ainda reforçou ser aguardado o desdobramento do caso na justiça, já que o também acusado de integrar o suposto esquema, deputado estadual José Riva (PSD), que havia sido preso na terça-feira, foi liberado na sexta-feira. “Ainda é preciso saber o que disse à Polícia Feederal. Vamos aguardar o depoimento”.
O advogado de Silval, Francisco Faiad, já afirmou não existe "o tal caderno com anotações de dívidas pessoais" feitas mediante empréstimos que seriam fraudulentos. Ele negou que tenha também se reunido com o empresário Junior Mendonça, que fez acusações (delação premiada) para a Polícia Federal sobre empréstimos em nome de sua empresa, Amazônia Petróleo, e entregava o dinheiro para o ex-secretário Eder Moraes e a outras pessoas indicadas por ele.
Zeca ainda comentou a decisão do STF de “censurar” a Polícia Federal em relação a divulgação de informações sobre a operação. “Temos que confiar no trabalho da Polícia Federal, que é uma instituição séria no Estado, isenta”.
O ex-secretário de Fazenda, Eder Moraes (que continua preso) é apontado pela Polícia Federal como articulador do esquema de desvios de dinheiro público via conta de uma empresa. Seriam mais de R$ 65 milhões desviados desde 2007. Além das prisões, 30 mandados de condução coercitiva (no qual a pessoa é levada para depor e depois liberada) e 59 mandados de busca e apreensão. Alguns deles foram cumpridos na Assembleia Legislativa, Ministério Público Estadual, Tribunal de Contas do Estado, Prefeitura de Cuiabá e residências do prefeito Mauro Mendes (PSB).