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Coronel que investiga grampos ilegais pede novas diligências e segurança para família

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O coronel Jorge Catarino Morais Ribeiro, responsável pelo inquérito policial militar (IPM) que apura a denúncia de esquema clandestino de interceptações telefônicas executadas por policiais militares, protocolou nesta segunda-feira (10), junto ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), o relatório preliminar do caso.

No documento, ele apontou a necessidade de realização de diligências complementares, como a coleta de novos depoimentos, além daqueles que já foram feitos com os coronéis Airton Siqueira, Zaqueu Barbosa e Evandro Lesco, estes dois últimos presos por acusação de participarem da chamada “arapongagem” na modalidade “barriga de aluguel”, em que números de telefones são inseridos em um processo judicial sem que os donos dos terminais tenham relação com a investigação.

Apesar do apontamento por novas apurações, o prazo legal para a conclusão do inquérito, que é de 20 dias prorrogável por igual período, já se esgotou nesta segunda-feira (10). Agora, ficará a cargo do desembargador Orlando Perri, responsável pelo caso no âmbito judicial, decidir se acolhe as justificativas do coronel Jorge Catarino e concede outro prazo ou não.

Além dos pedidos de diligências, o responsável pelo inquérito também solicitou à Justiça proteção para si e sua família. Por meio da assessoria, o coronel negou que tenha sofrido algum tipo de ameaça ao longo da investigação, mas que resolveu pedir segurança por precaução.

De acordo com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça, o desembargador deve começar a analisar o relatório nesta terça-feira (11).

Conforme o Gazeta Digital já havia explicado, o prazo de conclusão de inquérito policial militar é reduzido pela metade quando se trata de pessoas presas. Neste caso, além do ex-chefe da Casa Militar Evandro Lesco e do ex-comandante da PM Zaqueu Barbosa, também foram presos o cabo Gerson Luiz Ferreira Corrêa Júnior, acusado como operador dos grampos ilegais, quem teria feito a inserção dos números, realizado as escutas e até comprado o aparelho utilizado com dinheiro emprestado de Lesco.

Outros policiais presos são o sargento Euclides Luiz Torezan, cedido ao Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), o coronel e ex-adjunto da Casa Militar Ronelson Jorge de Barros e o coronel Januário Antônio Edwigges Batista, ex-comandante do 4º Batalhão em Várzea Grande.

Também foram presos administrativamente, no dia 23 de junho, o coronel Alexandre Corrêa Mendes e o tenente-coronel Victor Paulo Fortes Pereira, respectivamente corregedor-geral e diretor da PM, acusados de vazar informações sobre as prisões que ocorreriam dos demais citados, com exceção de Zaqueu e Gerson, que já estão presos desde 23 de maio. Alexandre e Victor já estão soltos.

O escândalo dos grampos veio à tona em maio deste ano, após denúncia feita pelo promotor de Justiça Mauro Zaque, que acusa o governador Pedro Taques (PSDB) de ter sido avisado sobre as escutas telefônicas ilegais ainda no final de 2015, quando ele era secretário de Estado de Segurança Pública. Segundo ele, mesmo tendo sido cientificado, o governador não tomou providências quanto ao caso.

Neste ano, Zaque denunciou o caso ao programa de televisão "Fantástico" e também à Procuradoria Geral da República (PGR), que tem competência para investigar a conduta do governador.

A "barriga de aluguel", segundo a denúncia, teve como alvo centenas de pessoas, como jornalistas, advogados, políticos, profissionais liberais, entre outros, que tiveram números inclusos em processos de investigação relacionados a crimes de tráfico.

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