O investimento de aproximadamente R$ 3 milhões pelo extinto Instituto Municipal de Previdência Social dos Servidores de Cuiabá (Cuiabá-Prev) em um fundo controlado pelo doleiro Alberto Youssef, investigado na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, foi confirmado por uma contadora. Meire Bonfim da Silva Poza, que trabalhou para Youssef, resolveu colaborar com as investigações da PF.
Segundo ela, além de Cuiabá, outras cinco cidades e o estado do Tocantins investiram recursos de seus fundos de previdência no Fundo de Investimentos em Participação Viaja Brasil (FIP Viaja Brasil), totalizando R$ 22,5 milhões. Ainda de acordo com a contadora, em 2012, Youssef aportou no FIP Viaja Brasil a holding Graça Arranha RJ Participações, que administrava um grupo de seis empresas.
Nenhuma delas dava lucro ao doleiro e alguns chegaram a causar prejuízo. Mesmo assim, a holding foi aportada ao valor de R$ 51 milhões. Dessa forma, a empresa de fachada GFD Investimentos, propriedade de Youssef passou a possuir esse valor disponibilizado no Banco Máxima, administrador do FIP Viaja Brasil. Com a prisão de Youssef, em março do ano passado, o FIP foi liquidado, conforme o depoimento de Meire Bonfim e os recursos investidos na construção, reforma e aquisição de hotéis por parte da GFD Investimentos.
A aplicação dos recursos do Cuiabá-Prev no fundo controlado por Youssef foi denunciada ainda em maio do ano passado, quando documentos do Ministério da Previdência já apontavam a transação. À época, o então presidente do Cuiabá-Prev, Bolanger José de Almeida, afirmou que a responsabilidade pelo investimento não era dele, mas da gestão anterior a sua.