Dirigentes da União Nacional da Construção (UNC) apresentaram hoje (13) ao ministro das Cidades, Márcio Fortes, proposta de investimentos de R$ 206 bilhões no setor nos próximos quatro anos. O documento A Construção do Desenvolvimento Sustentado, elaborado pela UNC em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), prevê recursos anuais de R$ 52,5 bilhões nas áreas de saneamento, energia e habitação de interesse social e de mercado, e no segmento de infra-estrutura de transportes.
Agora à tarde, a proposta será levada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em solenidade no Palácio do Planalto.
Márcio Fortes disse que achou as sugestões viáveis e destacou dois pontos: maior participação de pessoas jurídicas – e não só físicas – no financiamento para habitação com recursos da caderneta de poupança; reforço orçamentário para o setor de habitação e interesse social, inclusive com o uso de mais recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
“As propostas vão no sentido do aumento de investimentos e na continuidade do processo de desoneração fiscal, destravando assim o setor da construção civil”, afirmou o ministro.
Para ele, os valores apresentados pela UNC são o menos importante. “Primordial é a decisão política, e esta vai haver, pois o presidente Lula considera a habitação assunto fundamental em seu governo”, frisou. Segundo Fortes, o país precisa de “investimentos substanciais” no setor. Ele informou que, até 2024, o governo aplicará R$ 220 bilhões em saneamento.
O ministro ressaltou que a redução de impostos no setor vai continuar, o que deve tornar ainda mais barato o preço do material de construção e, por conseguinte, “aquecer” o setor. “Num primeiro momento, há uma impressão de que vamos recolher menos, mas o multiplicador é muito maior, com mais pessoas comprando e construindo”, completou.
O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Paulo Safady Simão, mostrou-se satisfeito com o resultado da audiência com Márcio Fortes, que teria sinalizado positivamente com a proposta apresentada. Dos R$ 206 bilhões previstos para os próximos quatro anos, Safady observa que 77% (R$ 160 bilhões) viriam da iniciativa privada (dos fundos privados, das parcerias pública e privada, concessões públicas etc).
“A nossa intenção é ser um grande parceiro do governo nos próximos quatro anos. Temos convicção de que podemos ajudar o país a crescer através desse projeto. Sabemos que os governos estão com cada vez menos recursos para investir”, afirmou Safady. Ele disse que o setor prevê 5% de crescimento para 2006. “A redução do IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados] ajudou na venda de materiais. Mas é pouco. Precisamos avançar mais, e o governo tem consciência disso”, finalizou.