Com as obras de implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) paralisadas por falta de pagamento por parte do governo do Estado e sem previsão de serem concluídas, o consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande, responsável pela obra, publicou, hoje, um comunicado oficial onde afirma que tem a receber um pagamento atrasado no valor de R$ 160 milhões. Destaca que esse valor terá que ser pago pelo governo acrescido de multa por atraso de pagamento. Ressalta que a dívida é referente às medições de outubro, novembro e dezembro de 2014, variação cambial e correção monetária. A obra iniciada em junho de 2012 deveria ter sido concluída em 13 de março de 2014.
No documento, o consórcio composto pelas empresas brasileiras CR Almeida, Santa Bárbara (construtoras), Astep e Magna (projetistas) e CAF Brasil (fornecedora do material rodante: trens e sinalizaçao ferroviária), destaca que os constantes atrasos salariais que sempre existiram por parte do governo na gestão Silval Barbosa (PMDB) e não liberação de áreas e frentes de serviço estão entre os motivos do atraso na obra. Dessa forma, houve em junho de 2014 a solicitação de aditivo de prorrogação do contrato diante das dificuldades enfrentadas pelas empreiteiras.
O consórcio relata que até a presente data recebeu do governo de Mato Grosso o total de R$ 1.066 bilhão. O valor total do contrato 0037 firmado em 2012 pela então Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa), é de R$ 1,477 bilhão. Nele estão inclusos os projetos, aquisição de 40 trens, sistemas e edificação de toda a estrutura necessária aos 22 quilômetros, pelos quais o novo modal deverá trafegar quando vier a ficar pronto em seus dois eixos.
Na nota, o consórcio também rebate as afirmações da equipe Gabinete de Projetos Estratégicos e pela Secretaria de Cidades na atual gestão Pedro Taques (PDT) que afirma ter detectado erros grosseiros nos projetos e na execução de parte da obra. Por enquanto as obras se limitam a um trecho da Avenida da FEB, em Várzea Grande e também engloba viadutos construídos em Cuiabá, incluindo o elevado da Sefaz que está interditado por erros graves de projeto e execução e passará por reparos nos próximos dias. Na defensiva, o consórcio alega que os problemas apontados nas obras serão corrigidos “sem nenhum custo para o governo estadual”.
Os constantes atrasos nos pagamentos, segundo o consórcio, sempre foram suportados pelas empreiteiras que por sua vez, sempre pagaram os operário em dia. “Todos os compromissos trabalhistas são rigorosamente cumpridos em dia pelo consórcio”, diz trecho da publicação que também destaca que pelo menos 3.203 empregos diretos foram criados com as obras além de outros 9,6 mil empregos indiretos.
Por fim, o consórcio afirma que está à disposição e tem interesse em em restabelecer as tratativas necessárias com o governo do Estado para que sejam encontradas soluções que possibilitem a conclusão da obra tida como muito importante para a população mato-grossense.