O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar recomendou, por nove votos a cinco, a cassação do mandato do deputado Professor Luizinho (PT-SP), pedida no parecer do deputado Pedro Canedo (PP-GO). Muito emocionado, Luizinho disse que fará o possível para reverter a situação em plenário. “Não peçam que eu me conforme com o resultado”, afirmou o deputado, dirigindo-se aos integrantes do conselho.
Luizinho relatou que atualmente vive um “pesadelo, uma situação de desonra” e, ao citar a mãe, que, segundo ele, se sacrificou para que o filho se formasse professor, salientou que não vai dar “essa desonra” a ela. O deputado voltou a negar envolvimento com o suposto esquema de “mensalão”. “Podem olhar nos autos e vão ver que eu não tenho envolvimento com ‘mensalão’, um esquema que eu não conhecia”, ressaltou.
Contradições
O relator do processo, deputado Pedro Canedo (PP-GO), porém, disse estar convencido de há realmente envolvimento de Professor Luizinho com o esquema. “Existem contradições em uma história que não foi bem montada”, afirmou. Segundo Canedo, os candidatos que foram ajudados pelo assessor de Luizinho na pré-campanha [com dinheiro do empresário Marcos Valério de Souza, obtido por meio do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares] eram doadores nas campanhas de Luizinho.
Canedo acredita também que houve intermediação do deputado para conseguir o dinheiro (R$ 20 mil), usado em pré-campanhas municipais no ABC paulista. O relator acrescentou que Luizinho faltou com o decoro parlamentar “por tentar enganar o conselho”. Luizinho reagiu à acusação, afirmando que não mentiu.
A reunião do Conselho de Ética foi encerrada há pouco.