O presidente do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, Ricardo Izar (PTB-SP), disse que, na próxima semana, pelo menos quatro dos 11 processos que estão em análise no conselho devem estar prontos para seguir à votação do plenário da Casa. Izar deu a informação em entrevista ao programa Notícias da Manhã da Rádio Nacional. Segundo ele, até o fim da convocação extraordinária, estarão concluídos seis processos.
Izar destacou, no entanto, que ainda é preciso esperar a volta de funcionamento do plenário para iniciar a votação. “Isso (o parecer) só poderá ser lido e votado depois de cinco sessões do plenário. Como o plenário não está funcionando, o Conselho de Ética precisa esperar o dia 16 para começar a contar os prazos”, explicou.
Para o parlamentar, embora seja difícil avaliar, parece que houve algum acordo no episódio do deputado Romeu Queiroz (PTB-MG) para evitar a perda de mandato, depois de pedida a cassação pelo Conselho. “Nesse sentido de ‘você salva o meu, que eu salvo o seu’ e assim por diante. Por isso, nós começamos antecipadamente a fazer um trabalho nesse sentido, mostrando que é a imagem do poder legislativo que está em jogo, isso não pode acontecer”, afirmou.
Segundo o deputado, o Conselho de Ética precisa ter coragem de pedir a cassação e também a absolvição, quando é o caso. Ele destacou que uma parte da imprensa anuncia que será sugerida a cassação nos 11 (processos) que restam, mas esclareceu que a situação dos parlamentares envolvidos está sendo analisada em separado pelo Conselho.”Nós estamos estudando. Cada relator está analisando cada processo e vendo se existem provas concretas”, disse.
Na opinião de Izar, o Conselho de Ética foi prejudicado pelo prazo fixado para a convocação extraordinária. Ele explicou que o Conselho, desde o começo, pediu uma convocação extraordinária não remunerada, a partir de 16 de dezembro, mas para todos os deputados.
“Eu não entendi, até agora, como conseguiram fazer uma convocação a partir do dia 16 de janeiro. Na pior das hipóteses, deveria ser feita a partir do dia 3 de janeiro, mas para todos os deputados Para ter uma idéia: vou trabalhar a semana toda, de segunda a sexta, e vou ficar aguardando os deputados voltarem a plenário e esperar o prazo de cinco sessões. Está tudo errado. Foi uma convocação mal feita porque deveria ser para todos os deputados”, afirmou.